🟡🚨 Suicídio: Um Problema Social Ignorado pelas Campanhas de Setembro Amarelo! 🚨🟡

Evento da Secretaria de Desenvolvimento Social destaca falhas nas abordagens tradicionais sobre o tema!

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Evento da Secretaria de Desenvolvimento Social destaca falhas nas abordagens tradicionais sobre o tema!

Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.

Resumo:
O evento “Série Dialogando”, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo (SEDS), discutiu o suicídio como um fenômeno de origem social, criticando a abordagem médica tradicional. Thiago Bloss, psicólogo e doutor em Educação e Saúde, argumentou que o suicídio é consequência de vulnerabilidades sociais, como racismo, violência estrutural e pobreza, e não uma simples questão de saúde mental. O especialista também criticou a campanha Setembro Amarelo, sugerindo que ela pode agravar o problema ao focar em soluções reducionistas e negligenciar o contexto social dos indivíduos em risco.

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Na última quinta-feira, dia 19, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo (SEDS) promoveu mais uma edição da Série Dialogando, trazendo à tona um tema delicado e muitas vezes tratado de forma simplista: o suicídio. Com o tema “Mais um Setembro Amarelo – A atuação do SUAS no campo das relações e as identidades estigmatizadas”, o evento levantou questionamentos importantes sobre a maneira como o suicídio é abordado nas campanhas de prevenção.

Tatiane Sousa Magalhães, representante da secretária Andrezza Rosalém e responsável pela Coordenadoria de Ação Social, abriu o evento destacando a relevância de discutir o tema a partir de uma nova perspectiva. Ela criticou a abordagem médica e psicologizante que domina as campanhas de prevenção ao suicídio, afirmando que essas visões tendem a individualizar a questão e oferecer respostas reducionistas. Segundo ela, esse enfoque ignora a complexidade do problema e, muitas vezes, cai em discursos moralistas e superficiais.

Uma Questão Social, Não Individual

O convidado principal, Thiago Bloss, psicólogo e doutor em Educação e Saúde, fez uma palestra intitulada “Suicídio e Vulnerabilidades – Os limites do Setembro Amarelo”, na qual ele apresentou uma visão crítica sobre o fenômeno do suicídio. Segundo Bloss, o suicídio não pode ser tratado como uma simples doença mental, como é frequentemente feito pelas campanhas de prevenção. Para ele, o problema é muito mais profundo e está diretamente relacionado ao sofrimento social.

Thiago Bloss refutou dados amplamente utilizados em estudos tradicionais, como o que afirma que 90% dos suicídios estão ligados a transtornos mentais. Ele argumenta que esse tipo de análise desconsidera a realidade de grupos que sofrem com violência estrutural, como negros, LGBT+ e povos indígenas. “Quando colocamos o suicídio como um problema mental, estamos sugerindo que essas populações têm mais doenças mentais, o que é um equívoco”, afirma Bloss.

O especialista apresentou dados reveladores, mostrando que 75% dos casos de suicídio ocorrem em países subdesenvolvidos, onde as condições de vulnerabilidade social são muito mais intensas. Além disso, ele destacou que em locais onde políticas públicas bem-sucedidas de transferência de renda ou demarcação de terras foram implementadas, os índices de suicídio caíram significativamente. Um exemplo claro disso são os povos indígenas, que tiveram uma redução considerável no número de suicídios após a demarcação de terras.

Crítica ao Setembro Amarelo

Thiago Bloss também teceu duras críticas à campanha Setembro Amarelo, que, segundo ele, pode funcionar como um gatilho para pessoas enlutadas ou que já estejam em situação de risco. Ele citou pesquisas que apontam um aumento no número de suicídios no Brasil desde o início da campanha, em 2015. Para ele, o Setembro Amarelo se tornou uma oportunidade para a venda de produtos e palestras, em vez de abordar as verdadeiras causas do suicídio: as vulnerabilidades sociais. “Ao invés de focar na denúncia das condições sociais que levam ao suicídio, o Setembro Amarelo virou um ótimo espaço para negócios”, criticou.

Participação de Outros Especialistas

O evento também contou com a participação de Thauan Pastrello, diretor de Proteção Social Especial da SEDS, e José Rezende, diretor da Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (Drads) Grande São Paulo Leste. Ambos reforçaram a necessidade de se pensar em políticas públicas que atuem nas causas estruturais do problema e não apenas em seus sintomas.

Conclusão

O evento trouxe à tona uma reflexão essencial para repensarmos a forma como lidamos com o suicídio na sociedade. O sofrimento não é apenas uma questão de saúde mental, mas também de desigualdade social, discriminação e falta de oportunidades. Thiago Bloss e os outros participantes da Série Dialogando nos mostram que a prevenção do suicídio deve começar na base da pirâmide social, com políticas públicas que combatam a vulnerabilidade e promovam a dignidade humana.


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Assinatura: Jornalista Aiello