Mpox: Estado de São Paulo tem mais da metade dos casos no país

Considerado emergência global pela OMS, infectologista relata preocupações e cuidados e alerta sobre nova variante do vírus

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Considerado emergência global pela OMS, infectologista relata preocupações e cuidados e alerta sobre nova variante do vírus

A explosão de casos do vírus monkeypox no Brasil tem gerado grande repercussão, principalmente no estado de São Paulo, que se encontra com 427 casos registrados, mais da metade do número de casos confirmados no país, que chega a 836. A doença voltou a ser classificada como emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) diante do diagnóstico entre crianças e adultos em mais de uma dúzia de países e a disseminação de uma nova forma do vírus.

Em Ribeirão Preto, os registros mostram 8 casos confirmados. O infectologista do Hospital São Lucas, Dr. Luis Felipe Visconde (CRM: 201275/RQE: 111506), explica que o vírus é semelhante ao da varíola e, apesar de estar em circulação desde a década de 70 no continente africano, ganhou notoriedade em 2022 com surtos em outros países, incluindo o Brasil.

“A Mpox é transmitida por contato íntimo prolongado com pessoas infectadas. Esse padrão de transmissão faz com que a relação sexual seja uma forma frequente de transmissão da infecção, mas é importante lembrar que não é a única maneira de contrair o vírus. São descritos casos de transmissão em contextos de aglomeração. Os sintomas começam inespecíficos, tais como febre, dor no corpo e mal-estar. Cerca de 2 a 3 semanas depois, ocorre o aparecimento de lesões semelhantes a espinhas que podem ser bastante dolorosas e, em alguns pacientes, deixar cicatrizes e marcas importantes. Em casos mais graves, a doença pode ter um padrão disseminado, com comprometimento de estruturas e órgãos mais profundos”, explica.

O crescimento de casos confirmados pode estar associado tanto a maior vigilância e notificações da doença quanto por uma nova dinâmica de transmissão. No Brasil, os casos confirmados são todos do vírus já disseminado em 2022, a 2b.

Nova variante

Pelo menos seis países do continente africano, um país europeu e um asiático já registram casos da nova variante 1b da mpox. Os casos na Suécia e na Tailândia reforçam preocupação da disseminação global. No Brasil, o Ministério da Saúde informou que não há casos da nova variante registrados.

O infectologista informa que, apesar de medicamento com ação antiviral disponível, ele está indicado para casos de maior gravidade e em pacientes com critérios de risco, como deficiências imunológicas e outras doenças de base. O tratamento, utilizado em 2022 não tem garantia de eficácia com a nova variante.

 “Sabemos que esse novo subtipo tem maior transmissibilidade e desenvolve uma doença mais ‘agressiva’, e a vigilância sobre sua circulação deve ser constante. A dinâmica de transmissão desse vírus é bastante diferente do que ocorre nos vírus respiratórios – como Influenza e COVID. Assim, a chance de uma disseminação da doença a nível de pandemia é menos provável. Mas isso não nos exime da responsabilidade de vigiar sua evolução no nosso país”, alerta.

Atualmente, não existe estratégia medicamentosa de prevenção, mas existem vacinas validadas para esse propósito. Contudo, as vacinas mostraram-se eficazes para o subtipo de vírus que circulou no primeiro surto, o 2b, e não existe conhecimento de como será sua efetividade na nova variante. Ainda existe baixa produção vacinal para atender às demandas e necessidades de saúde.

Com isso, os cuidados para prevenção de contágio se tornam essenciais no momento.

“O mais importante é ficar atento aos sintomas e evitar contato com casos suspeitos. Durante as relações sexuais, o uso de preservativo é importante, além de reduzir a transmissão de outras infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, é importante cobrarmos o investimento da estratégia vacinal, para evitarmos uma possível disseminação deste patógeno”, conclui o médico.

Sobre o Grupo São Lucas – O Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP) é uma marca de tradição, qualidade e confiança em medicina de excelência há mais de 50 anos, com médicos especialistas, atendimento humanizado e estrutura própria com alta tecnologia. É composto pelo Hospital São Lucas, Hospital São Lucas Ribeirania e São Lucas Medicina Diagnóstica. O Grupo, localizado em Ribeirão Preto (SP) é administrado pela Hospital Care, uma holding de serviços de saúde formada por mais de 30 unidades entre hospitais e clínicas, em 7 cidades do país.