O caso aconteceu na cidade de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, a 215 quilômetros de Vitória, capital do Estado. A Justiça capixaba autorizou o procedimento na sexta-feira (14) e a criança foi transferida para realizá-lo no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no Recife.
Apesar da legislação prever a interrupção da gravidez em caso de violência sexual, a menina teria tido o atendimento negado na unidade de referência do Estado onde mora e, por isso, precisou ir a Pernambuco para realizar a interrupção da gravidez.
Uma verdadeira multidão se aglomerou em frente ao Cisam, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte da capital. De um lado, defensores do direito de a menina realizar o aborto pela idade e pela violência sofrida.
Do outro, um grupo comandado por vereadores e deputados da linha conservadora da política – muitos deles ligados à igreja evangélica, outros à católica -, totalmente contrários ao procedimento.
O caso foi descoberto quando a menina deu entrada no dia 8 no Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus, com sinais de gravidez.
A garota estava se sentindo mal e a equipe médica desconfiou da barriga “crescida” da menina. Ao realizar exames, os enfermeiros descobriram que ela estava grávida de três meses.
Em conversa com médicos e com a tia, a criança contou que o tio a estuprava desde os seis anos e que nunca contou aos familiares porque era ameaçada. O homem fugiu depois que a gravidez foi descoberta.