Ampliação da logística reversa: Farmacêutico explica como descartar medicamentos de forma segura

Jogar remédios no lixo ou esgoto oferece riscos à saúde e ao meio ambiente

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Existe uma farmácia no Brasil para cada 3.300 habitantes; e o país é o sétimo que mais consome medicamentos no mundo, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia. Entre os remédios mais ingeridos estão: anticoncepcionais, analgésicos, descongestionantes nasais, anti-inflamatórios e alguns antibióticos que não precisam de receita médica. A tradicional “farmacinha”, é comum na casa dos brasileiros, principalmente para lares que possuem crianças e idosos.

Isso mostra o quão importante é a ampliação da logística reversa no estado de São Paulo em que, segundo o Diário Oficial, a partir do dia 17 de fevereiro de 2021, farmácias, fabricantes, distribuidores e importadores terão que recolher e descartar medicamentos vencidos e sem uso , segundo acordo assinado junto ao Ministério Público de SP, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de SP e a Cetesb (Companhia Ambiental de SP).

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Com acesso facilitado aos remédios, esse é o grande desafio do país, fazer o descarte correto dos medicamentos em desuso ou fora do prazo de validade, cerca de 20% de todos os remédios que utilizamos são descartados de forma irregular. O lixo convencional ou rede de esgoto é o destino da maioria destas substâncias químicas.

“Jogar remédios em locais não apropriados pode oferecer riscos à saúde e ao meio ambiente”, alerta Cristiane Cardoso Correia Teixeira, coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera de Ribeirão Preto. O descarte inadequado pode afetar o solo, águas superficiais ou lençóis freáticos.

Cada quilo de medicamento descartado incorretamente pode contaminar até 450 mil litros de água. As substâncias químicas dos medicamentos podem transformar-se em substâncias tóxicas e afetar o equilíbrio do meio ambiente.

Ainda enquanto não temos esses locais destinados ao descarte, o farmacêutico dá algumas orientações de como fazê-lo corretamente com os medicamentos vencidos e aqueles que não serão mais utilizados pelo paciente:

• Procurar a farmácia ou drogaria mais próxima de sua casa e fazer a entrega de todo tipo de remédio em desuso, sejam comprimidos, cápsulas ou xaropes. O estabelecimento irá encaminhar esses materiais ao seu destino sem risco de contaminação.

• Nos hospitais e postos de saúde é possível fazer a entrega de agulhas ou lancetas usadas no tratamento de diabetes ou outras doenças. É importante armazenar esses materiais em um recipiente rígido que possa ser lacrado como garrafa pet.

• As bulas e caixas podem ser destinadas diretamente pelos consumidores para a reciclagem junto ao lixo convencional.

• É necessário estar atento a validade e as condições de armazenamento dos medicamentos para ter garantida sua eficácia. Tomar medicamentos vencidos pode levar a complicações graves, inclusive risco de intoxicação devido a substâncias químicas nocivas, formadas na degradação do medicamento.

• A farmácia caseira não pode substituir a consulta com o médico que é o profissional responsável pela prescrição de medicamentos.

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