Enquanto vereadores e prefeito seguem em discursos e promessas, o povo enfrenta madrugadas nas filas, falta de médicos, abandono dos idosos e descaso total com a saúde mental. Até quando seremos reféns da propaganda oficial?
Vereadores e Prefeito: Esta conversa é com os senhores.
Quando é que vão dar atenção para as reais necessidades da população?
Em Ribeirão Preto, a realidade que a propaganda oficial tenta esconder grita alto nos bairros periféricos e ecoa nas vozes de quem acorda às 4h da manhã para tentar, sem sucesso, uma consulta médica simples. Idosos, trabalhadores, mães com crianças no colo – todos humilhados por um sistema que deveria servir, mas só maltrata.
“Cheguei na fila às 4h da manhã com minha mãe de 78 anos. Quando abriram, às 7h, não tinha mais vaga. Ela toma remédio para o coração, mas sem receita atualizada, ficou sem. Isso é desumano.”
— Luciene M., moradora do Quintino Facci II
“Já fui cinco vezes tentar marcar consulta pro meu pai diabético. Sempre falam pra voltar outro dia. Enquanto isso, ele vai ficando sem insulina.”
— Carlos H., do Jardim Aeroporto

“O aplicativo que prometeram não funciona. É uma piada. E ainda tem político falando que modernizou o sistema. Só se for pra eles.”
— Neide R., da Vila Virgínia
Mais remédio? Só com nova consulta. E a validade da receita caiu de 180 para 120 dias. Resultado? Fila em dobro, estresse em dobro e sofrimento multiplicado. Mas a prefeitura acha que tudo se resolve com propaganda e aplicativo que não abre.
Idosos abandonados, famílias sem apoio: onde estão as casas de repouso públicas?
Não existem. As promessas também envelheceram e morreram esperando. Enquanto isso, famílias que trabalham não têm onde deixar seus entes com dignidade.
“Minha sogra tem Alzheimer. Não temos condições de pagar cuidador. Não existe nenhuma estrutura pública para isso. A gente se vira como pode.”
— Ana Paula S., do Ipiranga
“Procurei ajuda na assistência social. Disseram que não tem vaga, não tem verba, não tem previsão. Mas pra pagar show caro, sempre tem.”
— João Batista, morador da Vila Elisa
“É uma vergonha. Quem cuida de idoso pobre é a família ou ninguém. O poder público finge que eles não existem.”
— Dona Cida, do Jardim Progresso

E a saúde mental? Internações precárias, sem psiquiatra, sem dignidade.
Pessoas em crise profunda são jogadas em cadeiras de plástico por 15 dias, sem acolhimento, sem dignidade, sem humanidade.
“Meu filho ficou numa sala com outros seis em crise. Dormiam sentados, sem banho, sem comida decente. Isso não é cuidado, é tortura.”
— Rosimeire F., mãe de um jovem com depressão
“Na UPA tem medicação, mas ninguém pra conversar. A gente entra mal e sai pior.”
— Eduardo P., que buscou atendimento no Campos Elíseos
“Falam em humanização, mas tratam quem sofre como lixo.”
— Michele L., irmã de uma paciente bipolar

E os vereadores? Deveriam fiscalizar. Mas estão ocupados demais com homenagens, viagens e discursos vazios.
O prefeito Ricardo Silva prometeu mudança. Mas até agora, só mudou o marketing. A prática continua a mesma: muita propaganda, pouca ação.
Enquanto isso:
- Impostos sobem.
- Multas se multiplicam.
- A mídia comprada aplaude.
- O povo adoece e morre em silêncio.
Querem nos fazer acreditar que vivemos na “Califórnia Brasileira”. Mas a realidade é outra.
De lazer público, só o bar da esquina. Shows? Só se você tiver dinheiro. A cultura que ganha espaço é progressista, desconectada da maioria conservadora que construiu esta cidade.
Enquanto isso, o portal emribeirao.com segue cobrando.
Os funcionários públicos nos tratam como se estivessem fazendo um favor. Licenças remuneradas viraram rotina. Regalias e benefícios crescem, enquanto o serviço prestado ao cidadão regride.
Somos obrigados a viver de favores, sendo nós os pagadores de salários?
Vamos continuar aceitando essa maquiagem urbana, feita com obras inúteis e discursos ensaiados?
Até quando a zeladoria pública será deixada nas costas do cidadão, que paga caro no IPTU e vive no meio do lixo e do abandono?
A pergunta fica no ar: alguém terá coragem de responder?
JORNALISTA AIELLO
Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
Frase de motivação final:
A esperança nasce da coragem de denunciar. Enquanto houver voz, haverá resistência.
