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Resumo
As novas diretrizes médicas divulgadas no Congresso Europeu de Cardiologia agora consideram a pressão arterial de 12/8 (120 por 80 mmHg) como elevada, com a meta ideal sendo 12/7 ou menos. Isso representa uma mudança significativa no diagnóstico e tratamento da hipertensão, especialmente visando pessoas de alto risco. Além disso, recomenda-se o início imediato de tratamento medicamentoso para a maioria dos pacientes, com exceção dos idosos mais frágeis. Métodos como MRPA e MAPA são sugeridos para um diagnóstico mais preciso, e estratégias não farmacológicas, como dieta e exercícios, continuam fundamentais para o controle da pressão arterial.
Mudança Nas Diretrizes Médicas: 12/8 Agora É Pressão Elevada
A pressão arterial de 12/8, considerada normal por muito tempo, agora é classificada como elevada. Segundo as novas diretrizes apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres, a pressão ideal deve ser 12/7 ou menos. O objetivo é reduzir ao máximo os níveis de pressão arterial, especialmente em indivíduos de alto risco, para prevenir complicações cardiovasculares graves.
As diretrizes continuam a considerar a hipertensão a partir de 14/9 (140 por 90 mmHg) ou mais, conforme explicou o cardiologista Carlos Alberto Machado, assessor científico da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). Isso significa que o diagnóstico de hipertensão ainda se baseia na presença de leituras consistentemente altas em diferentes momentos.
Tratamento Imediato Para Maioria Dos Pacientes
Uma das principais mudanças é a recomendação de início imediato do tratamento com medicamentos para a maioria dos pacientes diagnosticados com pressão elevada. Isso contrasta com as práticas anteriores, onde os pacientes de baixo risco tinham até três meses para tentar controlar a pressão com mudanças no estilo de vida, antes de recorrer aos remédios.
A nova abordagem visa alcançar a meta de pressão arterial em um período de três a seis meses, utilizando, desde o início, uma combinação de dois medicamentos de classes diferentes para maximizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais. Para casos mais resistentes ao tratamento, pode ser necessário o uso de uma combinação de três fármacos, o que aumenta as chances de controle em até 90% dos pacientes.
Para os idosos acima de 80 anos ou pessoas com risco de quedas, a abordagem de tratamento é mais gradual, evitando reduções bruscas na pressão que possam comprometer a qualidade de vida.
Diagnóstico: Medição Fora Do Consultório É Essencial
Para um diagnóstico mais preciso de hipertensão, as novas diretrizes recomendam métodos como MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial) e MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), além das medições tradicionais feitas no consultório.
- MRPA: Medições feitas em casa, durante o dia, usando aparelhos automáticos. Isso ajuda a evitar leituras equivocadas devido ao “efeito jaleco branco” – o aumento da pressão causado pelo estresse de estar no consultório.
- MAPA: Monitora a pressão continuamente por 24 a 48 horas, incluindo períodos noturnos, fornecendo uma visão completa das variações ao longo do dia e noite.
Essas técnicas são essenciais, pois a pressão tende a cair durante o sono. Caso contrário, isso pode ser um indicativo de maior risco cardiovascular.
Estratégias Não Farmacológicas: Exercícios E Dieta São Fundamentais
Para complementar o tratamento medicamentoso, medidas como prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada continuam a ser recomendadas.
- Atividades físicas: A combinação de exercícios aeróbicos (corrida, natação, ciclismo) e de resistência (musculação, exercícios com peso) é ideal. Isso ajuda a fortalecer o coração, melhorar a circulação sanguínea e reduzir a pressão arterial.
- Alimentação: Uma dieta rica em potássio, magnésio e fibras e com baixo teor de sódio é fundamental para controlar a hipertensão. Frutas como banana e abacate, vegetais como espinafre, e alimentos integrais como quinoa são excelentes escolhas. O consumo de sódio deve ser mantido em até 2g por dia, o equivalente a 5g de sal.
Tratamento Personalizado Para Idosos E Pessoas De Baixo Risco
Para os idosos, o ajuste gradual da pressão é vital para evitar riscos de quedas, garantindo uma boa circulação sanguínea e priorizando a qualidade de vida. Já para pessoas com pressão ligeiramente elevada, mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para o controle, evitando o uso precoce de medicamentos.
Conclusão
Com as novas diretrizes, fica claro que a hipertensão deve ser tratada com uma abordagem individualizada, levando em consideração os riscos e necessidades de cada paciente. O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são as chaves para prevenir complicações.
Frase de Motivação
“Cuide de sua saúde hoje para evitar preocupações amanhã.”
ASSINATURA: JORNALISTA AIELLO