Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
Resumo Inicial:
Enquanto macacos infectados com febre amarela são encontrados mortos exclusivamente na USP de Ribeirão Preto, as autoridades aguardam contraprova do Instituto Adolfo Lutz. A situação desperta questionamentos sobre os reais interesses por trás das informações divulgadas pela instituição, que, desde a pandemia, tem sua credibilidade abalada pelo uso da ciência para fins políticos.
Macacos Mortos: Por que Apenas na USP?
Os animais foram encontrados mortos entre o Natal e o Ano Novo em uma área de mata no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. A presença do vírus foi detectada no Laboratório de Virologia da instituição, mas amostras ainda passarão por análise no Instituto Adolfo Lutz, com laudo final previsto para 30 dias.
Para Maurício Godinho, secretário de Saúde, um plano de ação já está traçado caso o resultado seja confirmado. “Serão feitas conferências no calendário vacinal e mobilização para vacinar aqueles que necessitam”, afirmou.
Vacinação e Alerta da População
A vacina contra febre amarela faz parte do calendário obrigatório. Desde 2017, adultos não precisam mais de reforço. Apesar disso, as autoridades reforçam que não há motivo para pânico. “A vacina é segura, eficiente e está disponível”, garantiu o secretário.
Macacos: Vítimas e Não Vilões
Em 2017, duas mortes por febre amarela em Ribeirão resultaram em agressões a macacos, principalmente saguis. A diretora de Vigilância Epidemiológica, Luzia Márcia Romanholi Passos, reforçou: “O macaco não transmite a doença, ele é um hospedeiro. A transmissão ocorre através de mosquitos”.
Os mosquitos Haemagogus e Sabethes, que têm hábitos silvestres, são os principais transmissores. No ambiente urbano, o Aedes aegypti representa um risco adicional.
A USP e a Credibilidade Perdida
Desde a pandemia, a USP de Ribeirão Preto tem sido alvo de críticas por supostamente alinhar suas descobertas científicas a agendas políticas. A concentração das mortes de macacos apenas no campus universitário desperta suspeitas: seria apenas coincidência?
Fernando Crivelente Villar, médico da Comissão de Controle e Infecção, destacou que não há casos de febre amarela urbana desde a década de 40. A transmissão, portanto, segue vinculada ao ciclo silvestre.
O campus da USP em Ribeirão Preto está diretamente ligado à história da cidade, fundada em 1856.
Ele teve origem em 1874, quando o fazendeiro João Franco — plantador de café, criador de gado e comerciante de escravos — comprou terras na região para formar a Fazenda Monte Alegre. Essa fazenda, que hoje constitui o núcleo principal do Campus, foi o primeiro local da cidade a receber luz elétrica. Em 1890, Franco vendeu a fazenda para o imigrante alemão Francisco Schimidt.
No Brasil desde 1858, quando chegou aos nove anos de idade, Schimidt tornou- se conhecido como o maior produtor mundial de café. Na década de 1920, havia em suas terras 14 milhões de pés de café que — graças ao trabalho de 14 mil colonos — produziam 700 mil sacas de café por ano. Uma ferrovia particular circulava pela fazenda a fim de escoar a produção. A prosperidade de Schimidt era tanta que ele chegou a ter uma moeda cunhada em alumínio, com o próprio nome, que era aceita no comércio local. Com a morte de Schimidt, em 1924, a Fazenda Monte Alegre tornou- se propriedade de seu filho Jacob. Na década de 30 — abalado pelos efeitos da quebra da Bolsa de Nova York e por rumores de que a fazenda seria desapropriada pelo governo do Estado —, Jacob vendeu a propriedade para o fazendeiro João Marquese.
Mas, em 1940, o governo desapropria de fato a fazenda, visando a “fins educacionais”. Assim como aconteceu no campus da USP em Pirassununga, o interventor Fernando Costa criou em Ribeirão Preto uma Escola Prática de Agricultura. Em janeiro de 1942 foi lançada a pedra fundamental da escola, dando início à construção dos prédios hoje usados pela USP. Data dessa época, por exemplo, o imponente Prédio Central da Faculdade de Medicina. Desativada no final dos anos 40, a escola acabou ocupada pela Faculdade de Medicina que — criada em 1948 — começou a funcionar em 1952.
Perguntas Sem Respostas
- Por que as mortes ocorreram exclusivamente na USP?
- Existem estudos internos que não foram divulgados?
- A instituição está realmente comprometida com a transparência?
Ribeirão Preto merece respostas claras e imediatas. A saúde pública não pode ser manipulada por interesses alheios.
“Valorize a saúde enquanto há tempo, pois o tempo perdido não pode ser recuperado. A prevenção é sempre o melhor remédio.”
JORNALISTA AIELLO – Em Ribeirão 10 anos tocando em feridas que são escondidas pela velha mídia
2025 será um ano de terror, mas o conhecimento e a antecipação mudam tudo.
English Summary:
Recent deaths of monkeys infected with yellow fever at the University of São Paulo (USP) campus in Ribeirão Preto raise pressing questions. Why were these cases isolated within the university’s premises, despite the presence of these species throughout the city? Authorities await confirmation from the Adolfo Lutz Institute while vaccination plans are being prepared. The USP, once a respected scientific institution, has seen its credibility eroded by suspicions of political influence since the pandemic. Transparency and accountability remain crucial in addressing this public health concern.