🌡️ Brasil inabitável em 50 anos? A verdade por trás do estudo da Nasa ☀️

Um estudo citado pela Nasa e liderado pelo cientista Colin Raymond prevê que, até 2070, áreas do Brasil podem se tornar inabitáveis devido ao calor extremo causado pelas mudanças climáticas.

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Resumo: Um estudo citado pela Nasa e liderado pelo cientista Colin Raymond prevê que, até 2070, áreas do Brasil podem se tornar inabitáveis devido ao calor extremo causado pelas mudanças climáticas. No entanto, a mídia brasileira exagerou esses dados. O climatologista Carlos Nobre e outros especialistas esclarecem que o risco é real, mas não exclusivo ao Brasil, afetando vastas regiões tropicais e médias. O Acordo de Paris busca limitar o aquecimento global para evitar cenários catastróficos.


Nos últimos dias, um estudo citado pela Nasa – a agência espacial dos Estados Unidos – causou grande alvoroço na imprensa brasileira. A previsão de que partes do Brasil poderiam se tornar inabitáveis até 2070 devido ao calor extremo ganhou destaque. Contudo, a mídia brasileira parece ter exagerado os dados repassados pela Nasa.

O Estudo Original

O estudo, liderado pelo cientista Colin Raymond e publicado em 2020 na revista Science Advances, é amplamente respeitado no meio científico. Porém, vale ressaltar que o Brasil não é mencionado especificamente no estudo original. Em março de 2022, um blog da Nasa repercutiu a pesquisa, citando o Brasil como uma das regiões vulneráveis ao calor mortal, mas sem destaque especial.

Climatologista Brasileiro Esclarece

Carlos Nobre, um dos maiores especialistas brasileiros em mudanças climáticas, explica que as previsões desse estudo não são novas. Desde 2010, cientistas vêm alertando sobre os riscos do calor extremo. Nobre destaca que não apenas o Brasil, mas muitas regiões tropicais e até latitudes médias poderiam enfrentar condições inabitáveis se a temperatura global subir 4ºC ou mais acima dos níveis pré-industriais. Este é um ponto crucial que reforça a importância do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a bem menos de 2ºC, preferencialmente a 1,5ºC.

Riscos Reais e Imediatos

Fernando Cesario, líder científico em Soluções Climáticas Naturais da The Nature Conservancy (TNC), alerta que os eventos de calor extremo estão mais próximos do que se imaginava. Estudos antigos previam esses níveis de calor apenas em 100 ou 200 anos, mas a nova pesquisa antecipa essa janela de perigo para os próximos 30 a 50 anos. Regiões costeiras, áreas urbanizadas como Rio de Janeiro e São Paulo, e regiões próximas a grandes lagos ou rios, como a Baía de Todos-os-Santos e o Rio Amazonas, são as mais vulneráveis.

Aumento da Ociosidade das Aeronaves

O estudo de Raymond mostrou que, nos últimos 40 anos, triplicou o número de casos de calor extremo que podem levar à morte devido à alta umidade. Regiões como Paquistão, Oriente Médio e o litoral do sudoeste da América do Norte são exemplos de áreas frequentemente afetadas. Carlos Nobre enfatiza que, se o aquecimento global não for revertido, a situação poderá se agravar, com gases emitidos pelos oceanos e geleiras elevando a temperatura global a níveis catastróficos.

Estresse Térmico e Mortes

Nos Estados Unidos, o calor é a principal causa de morte relacionada ao clima, superando enchentes e tornados. Nobre explica que o estresse térmico resultante de altas temperaturas e umidade pode ser fatal, especialmente para idosos e bebês, que resistem por apenas meia hora em tais condições. Adultos saudáveis também são vulneráveis, podendo sucumbir em cerca de duas horas.

Outro estudo, liderado pelo cientista Camilo Mora da Universidade do Havaí, encontrou 783 casos de mortes por calor extremo em 164 cidades de 36 países. Aproximadamente 30% da população mundial está exposta a calor extremo por pelo menos 20 dias ao ano, destacando a gravidade do problema.


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Assinatura Jornalista AIELLO