São Simão realiza XXVI Semana Cultural Marcello Grassmann

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Para celebrar mais um ano da data de nascimento do artista Marcello Grassmann, a Prefeitura de São Simão, por meio do Departamento de Cultura, Educação e Esporte e do Núcleo de Estudos Marcello Grassmann, realiza entre os dias 22 e 30 de setembro a XXVI Semana Cultural Marcello Grassmann. A ação tem apoio da Associação Paulista Amigos Arte (Apaa).

O evento conta com uma série de atividades e atrações como shows, oficinas de cinema, apresentações de corais, performance artística, sarau literário, entre outas. O objetivo é divulgar novos artistas, escritores e pensadores, promovendo, assim, exposições, debates e encontros para se falar de arte. A viúva e fundadora do Núcleo de Estudos Marcello Grassmann, Zizi Baptista, estará presente na abertura, dia 22, às 19h30, e realizará uma visita guiada, no dia 23, às 10h, durante a abertura da nova exposição com cinco obras inéditas na cidade, que permanecerão em exposição durante um ano.

“Hoje, em São Simão, nós temos a Casa da Cultura Marcello Grassman que é a terceira em número de obras do artista. Era um desejo do prefeito Marcos Bonagamba realizar uma semana que valorizasse a arte em geral e, principalmente, os artistas simonenses. Teremos um evento cultural eclético com coral, danças, shows, exposições e muito mais”, informa o coordenador do Departamento de Cultura de São Simão, Eduardo Pretel.

O coordenador ressalta que não se pode desfazer da história da cidade. “São Simão tem uma história linda, principalmente no ramo cultural, com importantes artistas pelo mundo afora. Espero que todos possam prestigiar essa semana que potencializa nossa cultura”, convida.

Artista

Marcelo Grassmann, que foi desenhista, gravurista e artista plástico, nasceu em São Simão, no dia 23 de setembro de 1925, filho de Otto Grassmann e Maria Elpidia Lima Brito. Viveu sua infância nas doçuras das sombras, das águas, das frutas e das numerosas lagartixas do cotidiano da alegre São Simão, até os seis anos, quando mudou-se com os pais e irmãos para São Paulo.

Em 1939, matriculou-se no Instituto Profissional Masculino, que ficava no Brás, que mais tarde mudou de nome para Escola Técnica Getúlio Vargas, onde ganhou companheiros, entre outros, Otávio Araújo, com o qual partilhou exposições, descobertas e experiências artísticas pela vida.

Já em 1950 obteve a medalha de prata no Salão Nacional de Belas Artes e, mais tarde, expos no Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. No final de 1953 embarcou para Europa e foi para Viena. Em 1954, se inscreveu na Academia de Arte Aplicada para estudar, mas principalmente, para aproveitar a estrutura da Academia e fazer litos.

Atualmente, Marcello Grassmann é reconhecido como um dos protagonistas das artes gráficas no Brasil, assim exemplificam os muitos prêmios que lhe foram atribuídos em mais de 60 anos de atividade artística. Estudá-lo, significa, portanto, dar visibilidade a uma parte significativa da arte brasileira: a gravura e o desenho.

A obra grassmanniana se faz presente em museus brasileiros, internacionais e em coleções particulares, mas uma parcela dela permaneceu em propriedade do artista durante toda sua vida: 341 gravuras em metal, 158 xilogravuras, 76 litografias, 374 desenhos, 32 monotipias, 3 pinturas, como também entalhes, matrizes, ferramentas e objetos pessoais. São estes os Grassmanns de Marcello.

Casa de Cultura Marcello Grassmann

Em São Simão está localizada a Casa de Cultura Marcello Grassmann fundada e tombada em 1979 onde, até hoje, mantém-se um acervo de gravuras doadas pelo próprio Marcello, além de documentos e fotos das Semanas Culturais Marcello Grassmann.

Currículo resumido

Gravador e desenhista, Grassmann entre os anos de 1939 e 1942 frequentou, na Capital paulistana, o Instituto Profissional Masculino (Escola Técnica Getúlio Vargas). Entre 1949 e 1950, no Rio de Janeiro, aconselhado por Oswaldo Goeldi, cursou gravura em metal, com o Prof. Henrique Oswald, no Liceu de Artes e Ofícios, e estudou litografia com Poty Lazarotto. Em 1953, em Salvador, trabalhou no ateliê de Mário Cravo Júnior e, com o prêmio de Viagem ao Exterior, ganho no “I Salão Nacional de Arte Moderna”, do Rio de Janeiro, viajou para a Áustria onde aprofundou suas pesquisas em litografia na Academia de Artes Aplicadas e frequentou o Gabinete de Estampas, da Academia Albertina. Na volta ao Brasil continua sua participação em exposições nacionais e internacionais. Muda-se para a chácara de São Lourenço da Serra onde trabalha. Volta a morar na cidade de São Paulo, em 2009, e segue trabalhando. Morre em 2013 no dia 21 de junho.