O santuário da menina Izildinha na cidade de Monte Alto foi roubado e depredado durante o final de semana.
Os ladrões quebraram vidros e penetraram no local, levando o dinheiro que os fiéis depositam na caixa de doações, e também quebraram vasos de flores, e peças deixadas por devotos .
Uma total falta de respeito cometido por vândalos, que parecem ter perdido totalmente a noção de respeito, nem mesmo com coisas sagradas.
Sobre o Santuario
A Menina Izildinha, o Anjo do Senhor é o próprio símbolo da Fé do Povo Montealtense desde a chegada de seu corpo a Monte Alto a 08 de março de 1.958 e vem irradiando uma aura de bênção à “Cidade Sonho”.
Acolhida, à época, com Pétalas de Rosa, até hoje recebe diariamente rosas em agradecimento às suas “graças” Romeiros de toda a região vêm até o seu Mausoléu para buscar o seu conforto e agradecer as graças recebidas. A corporização desta fé está presente no Educandário Izildinha onde o povo altaneiro desta terra dá assistência a dezenas de crianças, vem demonstrando que suas atenções estão voltadas também para os necessitados e menos favorecidos.
A Historia
Maria Izilda de Castro Ribeiro morreu de leucemia em 1911, com 13 anos de idade, na cidade portuguesa de Guimarães. O mito começou a consolidar-se em 1950, quando um dos irmãos de Izildinha, Constantino de Castro Ribeiro, resolveu vir para o Brasil. Na mudança, trouxe o corpo de sua irmã.
A exumação produziu espanto. Conta a lenda que, quase 40 anos depois da morte, o corpo de Izildinha estava intacto, coberto de flores ainda viçosas.
Ao chegar no Brasil, ele se instalou na cidade de São Paulo, onde o culto teve início. O túmulo tornou-se ponto de peregrinação e centenas de graças lhe foram atribuídas. Constantino, era o irmão da “santa”, e obteve muito lucro com a veneração. Em 1958, já se tornara um negociante, com título de comendador. Apartir daí resolveu transferir Izildinha para Monte Alto. Planejava abrir nesta cidade uma indústria de alimentos. A cidade recebeu-o com entusiasmo. Com o dinheiro arrecadado no lugar, ergueu-se um mausoléu. A comunidade portuguesa da região foi além: doou a Constantino terrenos para sua indústria. O culto a Izildinha se expandiu.
Na década de 60, o mito tornou-se alvo de disputa judicial. Depois de se desfazer da fábrica em Monte Alto, Constantino tentou remover a santinha da cidade. Queria trazê-la de volta para São Paulo. O impasse foi resolvido em 6 de maio de 1964, pelo Tribunal de Alçada. O corpo foi incorporado ao patrimônio de Monte Alto. Magoado, o comendador nunca mais voltou à cidade. Ele está enterrado no cemitério São Paulo, no jazigo que mandara construir especialmente para a irmã famosa.
Izildinha não é reconhecida pela Igreja, nem os devotos parecem preocupados com isso. O mausoléu não atrai as multidões dos anos 60, mas ainda fica repleto em meados de junho, quando se comemora o aniversário da menina. Os restos mortais repousam num caixão de chumbo e não podem ser admirados. Mas a lenda do corpo intacto resiste. Luís Antônio Guimarães, ex-administrador do mausoléu, conta que abriu o caixão há dez anos para executar alguns reparos. “O corpo continua lá, perfeito”, garante, com olhos de assombro.