Projeto “Pedalando com o Museu” Conecta Arte, Fé e Patrimônio na Região de Ribeirão Preto 🌿
Especialista em cultura e turismo do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
Resumo Inicial (SEO Otimizado):
O Museu Casa de Portinari, em Brodowski (SP), lançou o projeto “Pedalando com o Museu”, um passeio de bicicleta que une arte, história e religiosidade. O circuito passa por pontos icônicos como a Praça Candido Portinari, a Capela Santo Antônio e o Giardino Portinari, com réplicas de obras do artista sob iluminação noturna. Ideal para famílias e amantes da cultura, o roteiro celebra a herança cristã e a identidade regional, reforçando os valores de comunidade e preservação histórica.
Roteiro Cultural: De Igrejas a Murais, um Legado que Inspira
O passeio gratuito percorre os “Caminhos de Portinari”, destacando locais que moldaram a infância do artista e a espiritualidade da região:
- Praça Candido Portinari: Coração da cidade, onde o pintor brincava e retratou cenas bíblicas em murais 8.
- Capela Santo Antônio: Espaço de devoção que reflete a influência católica na obra do artista, presente em afrescos como “São Francisco Pregando aos Pássaros”.
- Antiga Estação Ferroviária: Simboliza a jornada de Portinari, que partiu de Brodowski para o Rio de Janeiro aos 15 anos em busca de seu destino artístico.
- Giardino Portinari: Exposição ao ar livre com 20 réplicas monumentais, incluindo temas bíblicos e retratos da vida rural, iluminadas para visitas noturnas.
Dica: O trajeto inclui murais criados durante a Semana de Portinari, evento que homenageia o legado do pintor com arte contemporânea local.
Como Participar? Gratuito e Para Toda a Família!
- Cadastro Simples: Basta se registrar na recepção do museu, que fornece bicicletas e mapas do circuito.
- Horários Flexíveis: Visitas de terça a domingo, das 9h às 18h (quartas até 20h), ideal para programar após missas ou atividades comunitárias .
- Acesso Inclusivo: O museu oferece estrutura adaptada para idosos e pessoas com mobilidade reduzida, reforçando o compromisso com a acessibilidade.

Giardino Portinari: Onde a Arte Encontra a Fé Sob as Estrelas
O ponto alto do passeio é o Giardino, um quarteirão temático com obras como “Meninos de Brodowski” e “Retirantes”, que retratam a resistência e a dignidade do povo brasileiro. A iluminação especial revela detalhes como as cores terrosas (inspiradas no solo fértil de Brodowski) e a representação de santos, como São Jorge, símbolo de coragem na tradição cristã.
Curiosidade: A Capela da Nona, anexa ao museu, foi construída por Portinari para sua avó devota, com santos pintados com feições de familiares — uma fusão entre arte e devoção familiar.
Museu Casa de Portinari: Um Santuário da Cultura Paulista
Inaugurado em 1970, o museu preserva a casa onde Portinari viveu, com:
- Pinturas murais sacras: Como “Sagrado Coração de Jesus”, descoberta nos anos 70 durante reformas.
- Objetos pessoais: Mobiliário italiano, utensílios da cozinha familiar e o ateliê onde criou obras como “Banda de Música” 2017.
- Tombamento nacional: Reconhecido pelo IPHAN em 1968, o local é um marco da identidade brasileira.
Resumo em Inglês (Summary):
Bike Tour Celebrates Portinari’s Legacy in Brodowski
The “Pedalando com o Museu” project offers a free bike route through Brodowski, São Paulo, connecting landmarks like the Candido Portinari Square, Santo Antônio Chapel, and the open-air Giardino Portinari. The tour highlights the artist’s Christian influences and rural roots, featuring illuminated replicas of his biblical and social-themed works. Ideal for families, the initiative reinforces cultural preservation and community values.
Mensagem Final:
Enquanto pedala pelos caminhos de Portinari, lembre-se: a arte e a fé são pilares da nossa história. Valorize cada momento em família, inspire-se na beleza simples do interior e seja guardião das tradições que nos unem. 🌟

Desenhista
Além das pinturas e projetos com poesia e política, Candido Portinari se empenhava para ser um bom desenhista.
Os mestres universais do desenho sempre veneraram o impulso do primeiro traço caracterizado pela sutil sensualidade do gesto que leva o desenhista a se exprimir velozmente na exatidão da imagem instantânea.
Esta imagem, comparada com a opulência cromática de um quadro, resulta num despojamento total do espaço e da composição, em benefício do ímpeto originário do artista em seu primeiro gesto no espaço, escapando às limitações impostas pelo tema.
Ultrapassado esse limite, o desenho representa, ao mesmo tempo, uma refinada elaboração mental e principalmente, a gramática do gesto orgânico.
Existem no mundo, e não é ao acaso, imponentes museus especializados nos mestres do desenho de todas as épocas, que coletaram durante séculos os croquis, os esboços e os estudos desses gênios atemporais, como forma de comprovação, para a posteridade, de como suas obras foram germinadas, concebidas.
Presentes em todos os períodos de sua vida de trabalho, os desenhos de Portinari representam um diário minucioso de todas as soluções e evoluções imaginárias de sua obra. Inclusive naquele longo período em que esteve impedido de fazer uso das tintas, por questões de saúde.
Durante esse período, como única opção diante de sua voracidade inventiva, seus desenhos adquiriram momentos de explosão total. Eles eram seus guias espirituais no desenvolvimento de temas imediatos e futuros, anotações anímicas para soluções telúricas. Retratando os pés e as mãos da realidade árida, registra vidas, desespiritualizadas pela luta da vida, pela dura hora de suas destinações. Porém sua fé na alma do homem prevaleceu, em realidade, como seu axioma primeiro.
O homem foi desde sempre a questão fundamental de Portinari. A preocupação mais nítida de seu expressionismo manifestou-se o tempo todo dentro de seu veemente protesto social-humanista.
Fonte: CAMARGO, Ralph Portinari Desenhista. Rio de Janeiro. 1977

Político
O ano de 1945 é marcado pela derrota do nazi-fascismo e consequente fortalecimento das ideias democráticas. No Brasil, essas ideias produzem amplo movimento popular, que visa dois pontos básicos: anistia e eleições. A crise do Estado Novo é evidente.
O Partido Comunista do Brasil (PCB), única organização que, mesmo na clandestinidade, se identificava com a resistência à ditadura e com as ideias libertárias, catalisa grande parte desse processo. Artistas e intelectuais aglutinam-se em torno de suas propostas transformadoras.
O PCB lança candidato próprio à presidência da República e, para a Assembleia Constituinte, reúne o maior número possível de nomes conhecidos e de prestígio.
É assim que Portinari, Jorge Amado, Caio Prado Júnior e outros integram suas chapas nos Estados. As eleições realizam-se em dezembro, o PCB elege um senador (Luiz Carlos Prestes) e 14 deputados, entre os quais Jorge Amado. Portinari não é eleito.
Nas eleições de 1947, foi novamente candidato, concorrendo a uma cadeira no Senado. Desde o início da apuração, o nome de Portinari parece se confirmar. No entanto, não é eleito por pequena margem, o que põe em dúvida a lisura do pleito. Em maio, o Tribunal Superior Eleitoral cancela o registro do PCB, e o partido volta à clandestinidade.
O acirramento da perseguição aos comunistas leva Portinari a viajar para o Uruguai em exílio voluntário.
Em maio de 1951, é lançado o movimento de artistas em apoio aos cidadãos presos ou perseguidos por “delito de opinião”, entre os quais Portinari, que nunca se desligou do Partido Comunista, embora tenha se afastado da política partidária em seus últimos anos de vida.

Entrevista do Poeta e Amigo Vinícius de Moraes (1953)
Vinícius
– Como chegou você à posição política?
Portinari
– Não pretendo entender de política. Minhas convicções, que são fundas, cheguei a elas por força da minha infância pobre, de minha vida de trabalho e luta, e porque sou um artista. Tenho pena dos que sofrem, e gostaria de ajudar a remediar a injustiça social existente. Qualquer artista consciente sente o mesmo…
Poeta
“Quanta coisa eu contaria se pudesse, e se soubesse ao menos a língua, como a cor”
Os circos traziam iluminação
De carbureto. Próximos
Dos elementos. Quantos vendavais e
Chuvas de granizo!
Moinhos de garapa,
Feitos de madeira – canaviais,
E matas virgens com seus pássaros e
Frutas. Consumiram
Tudo e mais as lendas.Onde
Estarão os jacus e as pacas?
Os jenipapos e jatobás?
As estradas cortando as
Matas, criavam histórias
E medos. Os caminhos
Também fugiram. Olhando
Céu, às vezes transformados em
Nuvens.
Saí das águas do mar
E nasci no cafezal de
Terra roxa. Passei a infância
No meu povoado arenoso.
Andei de bicicleta e em
Cavalo em pêlo. Tive medos
E sonhei. Viajei pelo espaço.
Fui à lua primeiro do que o sputnik.
Caminhei além, muito além, para
Lá do paraíso. Desci de pára-quedas,
Atravessei o arco-íris, cheguei
Nos olhos-d’água antes do sol nascer.
Nasci e montei na garupa
De muitos cavaleiros. Depois
Montei sozinho em cavalo de
Pé de milho. Fiz as mais
Estranhas viagens e corri
Na frente da chuva durante
Muitos sábados. Dava poeira
No trenzinho de Guaivira.
Paco espanhol era meu parceiro.
Vivíamos apavorados com os
Temporais – pareciam odiar
Aqueles lugares…
Vinham ferozes contra as
Sete ou oito cabanas
Desarmadas.
Num pé de café nasci,
O trenzinho passava
Por entre a plantação. Deu a hora
Exata. Nesse tempo os velhos
Imigrantes impressionavam os recém-
chegados.
O tema do falatório era o lobisomem.
A lua e o sol passavam longe.
Mais tarde mudamos para a Rua de Cima.
O sol e a lua moravam atrás de nossa casa.
Quantas vêzes vi o sol parado.
Éramos os primeiros a receber sua luz e Calor.
Em muitas ocasiões ouvi a lua cantar.
Outras Poesias : Poeta | Museu Casa de Portinari
JORNALISTA AIELLO DRT 3895/SP
Em Ribeirão 10 anos tocando em feridas que são escondidas pela velha mídia.
Denúncias ou sugestões? Chame no WhatsApp:
👉 https://wa.me/5516997944016
Artigo revisado e independente. Nosso portal não recebe verbas públicas.


