A construção do novo Centro Administrativo de Ribeirão Preto, planejada com um orçamento de mais de R$ 170 milhões, continua gerando polêmica e mobilizando a Justiça. Suspensa por 120 dias a pedido do prefeito Ricardo Silva (PSD), a obra, aprovada em 2019, enfrenta três ações populares no Tribunal de Justiça de São Paulo, questionando sua necessidade e viabilidade.
Enquanto a cidade lida com filas intermináveis na saúde, escolas em situação precária e um déficit habitacional alarmante, a pergunta que não cala é: por que investir tanto em um prédio de “luxo administrativo” enquanto a população sofre com problemas básicos?
Confira o que cada vereador pensa sobre o projeto, e veja quem realmente está ao lado da população:
Contra a obra faraônica: a voz da prudência
- Lincoln Fernandes (PL):
“O prefeito Ricardo Silva acerta em suspender. Ninguém quer essa obra faraônica, fruto do desejo de um homem só. A cidade tem outras prioridades que estão anos-luz à frente de uma ‘Prefeitura ostentação’. Votei contra tudo o que envolve o Centro Administrativo e aplaudo o prefeito por este ato de coragem e justiça social.” - Daniel Gobbi (Progressistas):
“Com tantos problemas em saúde, educação e assistência social, investir milhões nesse projeto comprometeria a saúde financeira da cidade. A decisão do prefeito foi acertada.” - Duda Hidalgo (PT):
“Um prédio de R$ 200 milhões é uma afronta à população que sofre com filas na saúde, déficit habitacional e falta de investimento na educação especial. Lutamos por decisões baseadas nas necessidades reais da nossa cidade.” - Danilo Scochi (MDB):
“Não faz sentido investir em um prédio longe do centro. Manter a administração na região central valoriza o comércio, promove segurança e incentiva a revitalização.”
Favoráveis com ressalvas: buscando equilíbrio
- Matheus Moreno (MDB):
“A demanda por um Centro Administrativo é antiga, mas o local precisa ser reavaliado. A antiga área da Cia. Antarctica Paulista seria mais adequada, revitalizando a Vila Tibério e bairros ao redor.” - Bigodini (MDB):
“A suspensão é necessária até que estudos detalhados comprovem a viabilidade econômica. O impacto urbano e a falta de diálogo na gestão anterior comprometem o projeto.” - Diácono Ramos (União Brasil):
“O Centro Administrativo é importante, mas não prioritário. Existem setores mais urgentes, como a saúde, que precisam de atenção.”
Apoiam a obra: modernidade ou cegueira administrativa?
- André Rodini (Novo):
“O Centro Administrativo trará benefícios duradouros, reduzindo custos com aluguéis e promovendo urbanização. A obra é um investimento necessário para o futuro da cidade.”
Indefinição: o silêncio que ecoa e mostra os isentões que ficam sempre em cima do muro
Os vereadores que ainda não se posicionaram têm sua omissão registrada. Em momentos como este, o silêncio também fala, e muitas vezes, contra o interesse da população.
- Brando Veiga (REP)
- Coletivo Popular Judeti Zilli (PT)
- Delegado Martinez (MDB)
- Franco Ferro (PP)
- Igor Oliveira (MDB)
- Isaac Antunes (PL)
- Jean Corauci (PSD)
- Junin Dêdê (PL)
- Maurício Vila Abranches (PSDB)
- Paulo Modas (PSD)
Prioridades esquecidas: um retrato da gestão pública
Enquanto a Justiça decide o futuro do Centro Administrativo, a população de Ribeirão Preto continua à mercê de políticas públicas que priorizam aparências em vez de urgências. É fundamental que os vereadores e o executivo municipal coloquem a saúde, a educação e a assistência social no centro das discussões, antes de discutir construções de “luxo”.
Ribeirão Preto precisa de ações concretas, não de obras faraônicas!
Com base em materia de thmais.com.br
Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
JORNALISTA AIELLO


