Prefeitura paga mais de R$ 5,3 milhões para manter o cemitério que já não tem vagas. Enquanto isso, R$ 102 mil por mês são gastos só com vigilância privada. Será que é hora de repensar o modelo? 🧾🚨
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O contrato do Cemitério Bom Pastor , responsável pelos sepultamentos em Ribeirão Preto , foi renovado pela segunda vez, subindo de R$ 4,97 milhões para R$ 5,37 milhões — um aumento de 11,95% . O motivo alegado: correção inflacionária. Mas a verdadeira questão é outra: o cemitério já não tem mais espaço . A saída seria uma Parceria Público-Privada (PPP) para construção de novo cemitério moderno e acessível. Enquanto isso, a prefeitura gasta R$ 102 mil mensais apenas com segurança terceirizada .
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Mais dinheiro, menos espaço: o impasse do Bom Pastor
A Prefeitura de Ribeirão Preto publicou no Diário Oficial Municipal (DOM) de 23 de junho a nova rerratificação do contrato com a Carvalho Multisserviços Eireli , empresa responsável pelos serviços de sepultamento, limpeza e manutenção do Cemitério Bom Pastor , localizado na Zona Leste da cidade.
O valor inicial do contrato era de R$ 4.976.994,18 , assinado em maio de 2023 . Em maio de 2024 , após duas reajustes, o montante subiu para R$ 5.370.193,79 — um acréscimo de quase R$ 600 mil .
Segundo a administração municipal, a justificativa é a correção pela inflação via IPC-FIPE . No entanto, o que poucos questionam é: para onde vai esse dinheiro, se o cemitério já não tem mais vagas?
Bom Pastor: um cemitério cheio e caro
Com 16 mil jazigos e 14 quadras de sepultamentos , o Bom Pastor é hoje o principal cemitério municipal de Ribeirão Preto. Porém, sua capacidade física está esgotada há anos.
Apesar disso, os custos operacionais seguem crescendo:
- R$ 5,37 milhões por ano com sepultamentos, manutenção e limpeza
- R$ 3,68 milhões por ano com segurança privada (divididos entre três cemitérios)
- R$ 102 mil por mês só com vigilância no Bom Pastor
Uma realidade cara, desgastada e sem perspectiva de expansão.
Solução urgente: Parceria Público-Privada (PPP) para novo cemitério
Enquanto cidades como São Paulo e Belo Horizonte já avançaram na criação de novos modelos de gestão para cemitérios, Ribeirão Preto insiste em prolongar a vida útil de um espaço saturado .
A saída lógica seria a implantação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a construção de um novo cemitério, com tecnologia de gestão, controle ambiental e tarifas sociais.
Exemplos como Medellín (Colômbia) e Barcelona (Espanha) mostram que é possível oferecer serviços dignos com preços escalonados conforme a renda familiar , garantindo acesso universal à despedida dos entes queridos.

Vigilância privada ou Guarda Civil Metropolitana?
Outro ponto polêmico é o uso de segurança terceirizada nos cemitérios municipais , através da empresa Lopes Segurança e Vigilância Patrimonial Ltda. , contratada por R$ 3,68 milhões ao ano .
Isso significa:
- R$ 307 mil por mês para todos os cemitérios
- R$ 102 mil por mês apenas para o Bom Pastor
Mas será que vale a pena?
Modelo | Custo Mensal | Observações |
---|---|---|
Equipe terceirizada (atual) | R$ 102.490,75 | Inclui gestão, uniformes, seguro e controle externo |
Guarda Civil Metropolitana (proposta) | Estimativa de R$ 65.000 | Requer concurso, treinamento e estrutura interna |
Economia potencial anual | Até R$ 1,35 milhão | Se houver absorção institucional |
A terceirização pode trazer flexibilidade, mas também dependência de fornecedores e custos crescentes . Já uma equipe própria da GCM poderia significar maior controle e economia a longo prazo.
Conclusão: É hora de planejar o futuro da memória da cidade
Não podemos continuar tratando o setor funerário como uma herança do passado. É preciso coragem política para lançar bases para um novo cemitério, moderno, sustentável e acessível .
A atual gestão precisa assumir a responsabilidade de propor uma PPP para o setor , evitando que futuros governos enfrentem o mesmo problema com recursos ainda mais escassos.
Resumo em Inglês (Summary in English – For International Audiences):
A prefeitura de Ribeirão Preto renovou seu contrato de serviços no Cemitério Bom Pastor, elevando os custos em mais de 11%, para R$ 5,37 milhões anuais. O cemitério já está lotado, mas os gastos continuam subindo — incluindo R$ 102 mil mensais apenas com segurança privada. Especialistas sugerem uma Parceria Público-Privada (PPP) como uma solução viável para construir um cemitério novo e moderno com preços sociais. São Paulo e Belo Horizonte implementaram modelos semelhantes, mostrando que é possível manter a dignidade e a acessibilidade enquanto gerencia as crescentes demandas urbanas.
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ASSINATURA:
JORNALISTA AIELLO – DRT 3895/SP
Em Ribeirão, há 10 anos tocando em feridas que a velha mídia prefere ignorar.
