Ricardo Silva adota uma pose de “novo gestor conservador”, mas, por trás dos discursos, a Secretaria de Cultura de Ribeirão Preto mostra um viés que desnuda toda a contradição: a cultura pública da cidade está sendo empregada como ferramenta de ilustração de pautas progressistas e ideológicas, em vez de atender de fato a todos os cidadãos. E os vereadores, em sua maioria, viram espectadores silenciosos nessa peça teatral.
A Cultura “pública” com cara de partido
A programação da Prefeitura para eventos culturais gratuitos reforça essa agenda. Por exemplo, na Semana da Consciência Negra, promovida pela Secretaria de Cultura, há sarau, oficinas, espetáculo teatral e até parada com artistas LGBTQIA+ — uma programação legítima, mas com clareza ideológica. Prefeitura de Ribeirão Preto
Se o objetivo fosse apenas celebrar a diversidade cultural da cidade, ótimo. Mas o nível de investimento e ênfase mostra que falta equilíbrio, e sobra ativismo.

Além disso, a própria estrutura de gestão reforça esse viés: a Secretaria de Cultura convocou a 3ª Conferência Municipal de Cultura, regulada por decreto da prefeitura, para definir as diretrizes culturais. Prefeitura de Ribeirão Preto Isso abre margem para centralizar decisão sobre cultura em mãos que já têm viés definido — e não necessariamente sob controle neutro ou técnico.
Vereadores: cúmplices ou distraídos?
Enquanto Ricardo Silva usa a cultura para reforçar seu discurso progressista, os vereadores parecem viver num mundo paralelo. Ou são coniventes, ou são tão ineficazes que só apertam botão quando é conveniente para o Executivo.
Por exemplo, na decisão sobre a construção do novo Centro Administrativo (obra gigante, cara e controversa), todos os 22 vereadores foram consultados — e embora alguns tenham criticado o gasto, a suspensão da obra foi assinada pelo próprio Ricardo Silva, mostrando como ele conduz grandes decisões com pulso firme. THMais – Você por dentro de tudo
Se os parlamentares fossem “fiscalizadores”, talvez questionassem com mais vigor onde e como os recursos para cultura — muitos deles vindos de editais — são aplicados.
A pose conservadora que desmaia no palco
Ricardo Silva tem uma biografia que poderia enganar: formado em Direito e Filosofia, pós em Sociologia, filho de deputado, trajetória nacional. Prefeitura de Ribeirão Preto+1
Mas a prática de sua gestão revela algo que muitos não querem ver: ele usa o discurso conservador para conquistar apoio, enquanto a cultura pública que patrocina é claramente alinhada a pautas ideológicas da esquerda. Essa dissonância não é inocente.

E se olharmos para suas alianças políticas, a coisa fica mais evidente. Silva foi eleito deputado federal, tem trânsito em Brasília, e agora preside a Região Metropolitana — ele domina o palco político, mas parece preferir que a cultura da cidade refleta uma visão que não combina com os valores que afirma defender. Prefeitura de Ribeirão Preto
Síntese: o teatro da esquerda pago com dinheiro público
- A Secretaria de Cultura financia eventos com pauta progressista (igualdade racial, diversidade, cultura popular) com força e constância.
- A estrutura de deliberação cultural é montada para garantir que certas vozes ideológicas tenham mais espaço do que outras.
- Os vereadores não fazem barulho para frear esse viés — ou preferem se manter calados para não romper com o poder executivo.
- Ricardo Silva vende “gestão conservadora” para aparecer para alguns, mas governa culturalmente para outros.
Conclusão: não se trata apenas de programação cultural — é estratégia política. E se os vereadores continuarem só aprovando tudo sem questionar, Ribeirão Preto corre o risco de se tornar uma vitrine de esquerda, sem pluralidade real.
Se você quiser, posso levantar todos os editais culturais de 2024–2025 (nomes, beneficiados, verba) e montar uma análise jornalística para publicar no portal, mostrando exatamente quem está recebendo dinheiro público para “cultura ideológica”. Quer que eu faça isso?
JORNALISTA AIELLO
Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.


