‘Por que Barroso não quer lisura nas eleições?’, pergunta Bolsonaro

Presidente utilizou-se de live realizada nesta quinta-feira, 5, para esclarecer as questões relacionadas ao voto ‘Auditável’ Você tem conhecimento sobre o assunto que vem se falando ?

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O presidente Jair Bolsonaro utilizou-se de live realizada nesta quinta-feira, 5, para esclarecer as questões relacionadas ao voto “impresso”. O assunto aqueceu o debate público porque ontem, quarta-feira 4, o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto auditável na Comissão Especial da Câmara, tornou pública a informação de que o Tribunal Superior Eleitoral admitiu, em relatório enviado à Polícia Federal, invasões indevidas do sistema eleitoral brasileiro.

Explicação sobre as urnas auditáveis

Segundo Bolsonaro, o ministro Luís Roberto Barroso mente ao afirmar que a instauração do voto “impresso” nas eleições representaria um retrocesso. Desde novembro de 2020, o ministro da mais alta Corte brasileira mostrava-se contrário à substituição das urnas eletrônicas de primeira geração. “O eleitor não levará papel algum para casa”, explicou Bolsonaro.

“Barroso sabe que está mentindo, não está falando a verdade.”

O presidente explica que os eleitores não terão acesso ao papel, de maneira que não será possível sair das seções eleitorais com a comprovação do voto em mãos.

A impressora mostra, por meio de uma placa transparente, o voto do cidadão em papel”, disse.

“Caso a pessoa concorde com o voto registrado, basta apertar um botão para o papel cair em um saco de lona, que será aberto apenas depois do término das eleições.”

De acordo com Bolsonaro, os pleitos continuarão a ser apurados de forma eletrônica — com a diferença de que, se o voto “impresso” for instaurado nas eleições brasileiras, também haverá a contagem pública dos votos. “Esse modelo de apuração é feito nos países sérios”, asseverou. “Aqui, na América do Sul, o Paraguai adota esse sistema. Ninguém vai levar para casa o papel, não será possível vender o voto. Isso não existe.”

O chefe do Executivo federal afirma que a contagem pública dos votos não pode ser menosprezada, porque possibilita a realização de eleições cristalinas.

“Será que é demais pedir eleições democráticas, transparentes, com a contagem pública dos votos?”, perguntou. “Sempre me falaram que a democracia não tem preço. Temos recursos para viabilizar o voto impresso — já conversamos com o Ministério da Economia sobre isso.”

Para reforçar a importância da instauração das urnas auditáveis nas eleições brasileiras, Bolsonaro ampara-se em relatórios produzidos Polícia Federal e pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral, que mostravam a impossibilidade de realizar, de maneira satisfatória, a auditoria do processo entre a votação do eleitor e a contabilização do voto, no boletim de urna. “Vamos acreditar na Polícia Federal ou no ministro Barroso?”, perguntou.

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Embate com Luís Roberto Barroso

Segundo Bolsonaro, não há motivos para desqualificar o ministro Luís Roberto Barroso, embora haja discordâncias entre ambos.

“Sabemos que ele é antagônico à minha pessoa. Reconhecemos as posições dele enquanto ministro, suas votações”, afirmou. “Ele tem direito de se expressar, criticar, elogiar. Sabemos que ele deve favores ao PT, que foi advogado do terrorista Cesare Battisti, defendendo-o como se fosse uma pessoa inocente, um preso político.”

Por causa desse contexto, o presidente da República argumenta também ter o direito de criticar as posições do ministro do Supremo. “Não concordo com algumas das decisões do Barroso”, revelou.

“Sabemos que o ministro é favorável ao aborto, à legalização das drogas e à diminuição da maioridade penal, mas não tem problema. Eu apenas não concordo. Ou sou obrigado a concordar com as posições dos ministros do Supremo, do STJ?”

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Bolsonaro diz respeitar a consideração que o ministro Luís Roberto Barroso tem pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas adverte que o magistrado não pode interferir nas decisões do Parlamento.

“Por que o Barroso não quer lisura nas eleições? Por que não quer o voto verdadeiramente democrático? Por que não quer a contagem pública dos votos? O que está acertado para as eleições de 2022? Isso nos deixa com dúvidas.”