Nas últimas semanas um nome vem se tornando cada vez mais comum nos grupos de WhatsApp e vídeos no Youtube, trata-se da “Operação Storm”, ou Operação Tempestade, na tradução literal.
A “notícia” dá conta que os Estados Unidos estariam investigando o envolvimento do ex-presidente americano Barack Obama com tráfico de pessoas para retirada de seus órgãos que seriam vendidos no mercado clandestino.
A operação também está rastreando dinheiro do tráfico de armas e drogas que seriam movimentados nos países da América do Sul e México e financiam o terrorismo global.
E a primeira “prova concreta” teria sido dada pelo departamento de justiça americano ao colocar Nicolas Maduro como inimigo público e ter oferecido uma recompensa por sua cabeça.
Tudo isso sob a supervisão dos Iluminatti, que planejam dominar o mundo.
Toda essa salada conspiratória, que a primeira vista parece não fazer sentido algum, faz muito sentido para quem se dispor a perder tempo assistindo a mais de 200 vídeos disponíveis no YouTube tratando sobre o tema.
E os números são assustadores.
Vídeos com milhões de visualizações tratando do tema infestam a timeline.
Ao assistir um, outros são oferecidos e lá pelo terceiro o espectador já vai estar convencido que, de fato, existe uma conspiração global.
Os vídeos falam de “prisões em massa”, que o “ministro das Relações exteriores do Brasil sabe de tudo”, isso porque, no vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada pelo ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal como parte do inquérito que investiga a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, o ministro Ernesto Araújo diz, “eu tô cada vez mais convencido de que o Brasil tem hoje as condições, tem a oportunidade de se sentar na mesa de quatro, cinco, seis países que vão definir a nova ordem mundial.
Outro dia na conversa do presidente com o Primeiro Ministro da Índia, o indiano disse que vai ser tão diferente o pós coronavírus do pré segunda Guerra, quanto do pré, e eu acho que é verdade e assim como, houve um conselho de segurança que definiu a ordem mundial, cinco países depois da segunda guerra, vai haver uma espécie de conselho de segurança e nós temos dessa vez a oportunidade de estar nele e ajudar a formatar um novo cenário”.
Pela fala do ministro na reunião já dá para perceber como ele vive em uma realidade paralela.
O Brasil virou um pária internacional, motivo de chacota nos restante do mundo e teremos sérios problemas pós pandemia devido a forma como o atual governo desdenha da gravidade da situação. O país é hoje, o segundo maior em número de casos, perdendo apenas para os Estados Unidos que tem política semelhante ao enfrentamento do vírus.
Mas, a Operação Storm vai além.
Ela também atinge a ex-candidata presidencial Hilary Clinton. Notícias comprovadamente falsas que circularam durante a campanha presidencial americana em 2016. O caso, que ficou conhecido como “Pizzagate” era o seguinte: após a divulgação de emails particulares de John Podesta pelo WikiLeaks, chefe da campanha de Hillary Clinton nas eleições presidenciais daquele ano que tinham a repetição de palavras como “pizza” e “cheese” (queijo) chamou a atenção de usuários em fóruns de discussão anônimos, como o 4Chan e o Reddit.
Os membros dos fóruns decidiram espalhar que os termos “cheese pizza” (pizza de queijo) era um código para “child pornography” (pornografia infantil) por causa da coincidência de iniciais entre as quatro palavras.
A análise dos e-mails também deixaria claro que a palavra pizza, quando usada sozinha, se referia a “menina”, enquanto o código para “menino” era hot-dog. Já “sauce” (molho) significava orgia. Os abusos aconteceriam no porão da pizzaria Comet Ping Pong, em Washington.
Conhecido lobista na capital norte-americana, Tony Podesta, irmão do coordenador da campanha de Hillary, era cliente do local e apresentou o dono do estabelecimento, James Alefantis, aos caciques democratas. Até Michael Flynn, general reformado indicado a conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump, ajudou a propagar o que aconteceria na Comet Ping Pong em seu Twitter
Obamagate
No universo da Storm também tem espaço para Barack Obama, ex-presidente democrata americano, desafeto de Donald Trump. O caso real é que, Trump, sem nenhuma evidência postou em seu Twitter a palavra “Obamagate”, fazendo uma referência ao escândalo Watergate, quando nos anos 70 o presidente Nixon mandou grampear o escritório de campanha de seus adversários políticos. O caso resultou na renúncia de Nixon.
Trump insinuou que Obama teria usado o FBI para grampos clandestinos, e chegou a tuitar pedindo que senadores interrogassem Obama. “Apenas faça”, postou Trump em sua conta no Twitter, dirigindo-se ao senador Lindsey Graham. Logo depois, Obama pareceu responder a ele postando “Votem”.
Nicolas Maduro
Em relação a Maduro, realmente o departamento de Justiça americano está oferecendo uma recompensa de U$ 15 milhões para quem prende-lo, mas analistas internacionais acreditam que a medida foi tomada como parte de um plano articulado entre autoridades americanas e o serviço de mercenários Silvercorp, que tentou raptar o presidente venezuelano mês passado. As forças armadas da Venezuela prenderam 11 mercenários e desarticularam o plano, que seria raptar Maduro e leva-lo aos Estados Unidos onde seria julgado.
MPCE e órgãos de segurança deflagram Operação Storm em Boa Viagem
Operação Storm (Tempestade no sertão). Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e dois mandados de prisão preventiva na sede e na zona rural de Boa Viagem.
Por meio do relatório de difusão de inteligência elaborado pelo MPCE e pelo Cotar, foi investigado o envolvimento de seis pessoas suspeitas de tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de arma de fogo e munição, agiotagem, promoção de organização criminosa, assalto a banco, entre outros.
No decorrer da Operação, foram apreendidos um revólver calibre 38, munições calibre 38, munições calibre 12, munições calibre 16, munição 357, grande quantidade de maços de cigarros suspeitos de serem provenientes de contrabando do Paraguai, diversos celulares, R$ 7.8000,00 em espécie, entre outros.