Pablo Marçal, em particular, destacou-se ao tirar os adversários do sério e desviar a discussão de propostas para provocações pessoais. Marçal parece ter desenvolvido uma estratégia de desestabilização, usando apelidos e ataques diretos para criar momentos de tensão que se espalham rapidamente pelas redes sociais.
O prefeito Ricardo Nunes, percebendo o crescimento de Marçal nas pesquisas, intensificou seus ataques, chamando-o de “Tchutchuca do PCC”, um apelido que simboliza a tentativa de ligar o candidato ao crime organizado. Os outros candidatos, como Guilherme Boulos e Tabata Amaral, também foram alvos de provocações, mas, ao tentarem reagir, acabaram contribuindo para um debate repleto de xingamentos e pouco conteúdo programático.
A falta de foco nas propostas ficou evidente com os 21 pedidos de direito de resposta, que dominaram o debate, e a mediadora Denise Campos de Toledo teve que intervir repetidamente para tentar manter o controle. O resultado foi um debate caótico, em que, como você mencionou, o grande derrotado foi o eleitor, que pouco ouviu sobre as verdadeiras intenções e planos dos candidatos para a cidade.
Marçal, por sua vez, pode ter saído satisfeito com o impacto gerado, já que a troca de farpas e os momentos de tensão costumam render grande atenção nas redes, especialmente para quem utiliza cortes curtos e provocativos como parte da estratégia. Se os próximos debates continuarem nesse tom, o ambiente eleitoral em São Paulo promete ser cada vez mais polarizado e cheio de confrontos pessoais.