O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou nesta terça-feira (17) que o novo presidente do Banco Central será o economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn.
Ele terá que ser sabatinado e ter o nome aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Ele foi escolhido para entrar no lugar do atual presidente, Alexandre Tombini.
Formação.
Goldfajn já exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central entre 2000 e 2003, quando trabalhou com Armínio Fraga e, depois, com Henrique Meirelles. Entre 1996 e 1999, trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Goldfajn é economista, com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Atuou como consultor de organizações internacionais (como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Nações Unidas), do governo brasileiro e do setor privado.
Equipe econômica
O presidente interino Michel Temer, que assumiu após o Senado permitir o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, está montando uma nova equipe econômica sob o comando de Meirelles.
O outro nome já confirmado na nova equipe econômica é o de Tarcísio Godoy, que será secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Godoy já ocupou o mesmo cargo até o final de 2015, na gestão do ex-ministro Joaquim Levy. Antes disso, em dezembro de 2006, foi designado Secretário do Tesouro Nacional. Entre 2007 e 2010, foi presidente da Brasilprev. De 2010 a 2014, foi diretor da Bradesco Seguros.
Reação do mercado
O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, considera a escolha de Goldfajn positiva.
“Acho um nome excepcional, muito qualificado com passagem pelo governo, com muitos trabalhos publicados, acadêmicos, na área de política monetária. Tem experiência do lado público e do lado privado. E acho que ele tem credibilidade com sobra para poder cortar os juros”,
disse.
O professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Alexandre Espírito Santo também ressaltou a formação acadêmica de Goldfajn e a experiência no mercado financeiro e no BC.
“É um dos mais competentes e preparados economistas que o país tem. Já mostrou isso quando foi diretor do Banco Central e tem uma formação extraordinária, acadêmica. Tem muita experiência como economista e sócio do Itaú”,
disse.
Para o professor do Ibemec, haverá uma transição “bem tranquila” no BC. “A atual equipe do Banco Central também é muito competente. Pode ter um pouco de divergência em termos de pensamento econômico, mas vai ser uma transição tranquila. Aliás, na minha cabeça parece que vai ser a única transição tranquila pela competência de ambos. Tanto de quem vai sai, quanto de quem vai entrar”, acrescentou Espírito Santo.