Eleições: O teatro de Nogueira contra Ricardo tem a finalidade de manter os mesmos no poder

Voce acredita que ao ir as urnas estará escolhendo quem governara a cidade? Você não entendeu nada. Leia e acorde

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Voce acredita que ao ir as urnas estará escolhendo quem governara a cidade? Você não entendeu nada. Leia e acorde

A ideia de um “teatro político”, em que parece haver uma constante luta entre esquerda e direita, pode ser uma metáfora usada por muitas pessoas para criticar o sistema político tradicional. A visão é que, embora haja disputas aparentes entre partidos e ideologias, no final, os mesmos grupos ou elites permanecem no poder, preservando o status quo.

Quando surge alguém novo, como Pablo Marçal, que apresenta um discurso diferente ou disruptivo, isso tende a incomodar porque ele foge do padrão estabelecido. Marçal, como outsider, não está diretamente ligado às estruturas tradicionais do poder, tanto de esquerda quanto de direita. Ele representa uma ameaça à “normalidade” desse teatro político, porque traz novas propostas, ideias ou formas de fazer política que podem atrair eleitores cansados do mesmo jogo de sempre.

O incômodo pode vir do fato de que atores novos e independentes podem criar incertezas para os partidos tradicionais. Eles podem quebrar alianças, roubar votos ou desestabilizar os arranjos que mantêm os grupos tradicionais no poder. Marçal, por exemplo, traz um discurso voltado para empreendedorismo e desenvolvimento pessoal, o que pode ressoar com uma parcela do eleitorado que está em busca de alternativas que fujam do padrão estabelecido.

Esse tipo de figura, que desafia o status quo, frequentemente incomoda os que estão no poder porque eles podem perder controle sobre o jogo político como o conhecem.

Vendendo a alma para o diabo

Durante uma campanha eleitoral, é comum que candidatos façam alianças, muitas vezes com partidos ou figuras políticas que, à primeira vista, têm posições ideológicas opostas. Esses acordos são feitos para garantir apoio, aumentar o tempo de propaganda, ou até conquistar uma base eleitoral mais ampla. No entanto, uma vez eleitos, esses compromissos precisam ser “pagos” de alguma forma.

Esse é o momento em que o político eleito pode se ver em uma situação delicada. Para manter essas alianças e sustentar sua governabilidade, ele muitas vezes precisa ceder cargos estratégicos, recursos ou influências dentro da administração. É o que muitos chamam de “fisiologismo”, onde cargos e benefícios são distribuídos em troca de apoio político, independentemente de mérito ou competência.

A expressão “vender a alma para o diabo” captura bem esse dilema: o eleito pode se ver obrigado a comprometer suas promessas de campanha, seus princípios ou a própria integridade do governo em nome de manter essas alianças. Isso pode levar à perpetuação de esquemas corruptos, má gestão e acordos obscuros, que são justamente os pontos que muitos eleitores esperam que um novo líder combata.

Essa dinâmica cria um ciclo vicioso, onde o sistema político se mantém refém de interesses de grupos que apoiaram a campanha, enquanto as promessas de renovação e transparência ficam em segundo plano.

Um policito novo sem os acordos costumeiros pode provocar “problemas”

Sim, um novo ator desvinculado das práticas tradicionais e com propostas de mudança pode ser um risco para essas empresas que se beneficiam de contratos superfaturados ou de licitações pouco transparentes.

Essas empresas geralmente criam relações estreitas com administrações locais, oferecendo serviços ao poder público por meio de licitações que, muitas vezes, são contestadas por falta de transparência ou por envolverem valores inflacionados. Quando um novo político ou gestor, sem vínculo com esse sistema e com um discurso de renovação ou de combate à corrupção, assume o poder, isso gera um ambiente de incerteza para essas empresas.

Um gestor que pretende fiscalizar rigorosamente os contratos, rever licitações ou implementar novos mecanismos de controle pode acabar com práticas que favorecem um grupo seleto de empresas. Esse tipo de mudança pode trazer maior concorrência, eliminar favoritismos e expor práticas corruptas ou antiéticas que, até então, passavam despercebidas ou eram toleradas.

Portanto, para essas empresas que operam dentro de um sistema que lhes é favorável, a entrada de um novo ator desvinculado representa, sim, um risco. Elas podem perder contratos, enfrentar maior escrutínio público e até serem excluídas de futuras licitações se for comprovada alguma irregularidade.