Eleições: A proposta da nova sede do Centro Administrativo em Ribeirão Preto está cercada de dúvidas e debates intensos.

Veja a posição de cada candidato a prefeitura

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Veja a posição de cada candidato a prefeitura

Há questões sobre a viabilidade do projeto, seus impactos financeiros, sociais e urbanísticos, além da falta de uma ampla consulta pública para discutir a iniciativa.

Pontos principais da discussão:

  1. Concentração das secretarias e órgãos públicos: O projeto do Centro Administrativo visa concentrar todos os serviços em um só lugar, facilitando o acesso para a população e otimizando o trabalho interno da prefeitura. Essa centralização é vista como uma maneira de melhorar a eficiência administrativa e reduzir gastos com aluguéis.
  2. Críticas ao custo e impacto urbanístico: Com um custo de R$ 173 milhões, o projeto levanta preocupações sobre o uso desses recursos, que poderiam ser alocados para outras áreas prioritárias, como saúde, educação ou habitação. Além disso, urbanistas, como Ana Luisa Miranda, destacam os possíveis problemas com a malha viária e a sobrecarga de transporte público na área escolhida, especialmente pela falta de infraestrutura adequada para suportar o aumento de tráfego e demanda.
  3. Questões de desenvolvimento e especulação imobiliária: A nova sede pode valorizar a região do Jardim Independência, onde será construída, mas ao mesmo tempo levanta preocupações sobre o impacto especulativo, com a valorização dos terrenos e imóveis ao redor, favorecendo determinados grupos sem uma justa distribuição de benefícios e ônus.
  4. Opiniões divergentes:
    • Cientistas políticos e urbanistas, como Luiz Rufino, consideram o projeto ultrapassado e desnecessário em um mundo onde a digitalização pode reduzir a necessidade de grandes infraestruturas físicas.
    • Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) critica a proposta por seu potencial impacto negativo no comércio do centro da cidade, que poderia perder o fluxo de funcionários e consumidores que atualmente frequentam a região.
  5. Futuro da cidade e planejamento: O governo municipal defende o projeto como uma medida de longo prazo, que transcende a atual gestão e prepara a cidade para o futuro. No entanto, a decisão de seguir adiante sem um debate profundo com a população deixa a proposta sob críticas, especialmente pela falta de transparência e participação popular.

O novo prefeito deverá enfrentar esses desafios e decidir se manterá ou revisará o projeto, equilibrando as pressões por desenvolvimento com as necessidades de um planejamento urbano eficiente e socialmente justo.

PROPOSTAS

André Trindade (União Brasil)

A ideia de reunir todos os órgãos e entidades municipais, como as secretarias, entre outros, em um único local, visa à economia nos gastos da prefeitura, custos administrativos com deslocamentos, aluguel de imóveis, manutenção, vigilância, veículos e combustível, energia elétrica, água e telefonia, além de também garantir agilidade em processos. Centralizar em um só local visa melhores condições de trabalho aos servidores, o que contribuirá para a implantação de uma nova cultura de atuação profissional. Com a redução das despesas de manutenção, a intenção é reverter esses recursos para investimentos no município, como saúde, educação e promoção social; a eficiência de atendimento ao munícipe, com os serviços concentrados em um único local. Essa economia para o futuro é o foco desse projeto.

Ismar Menezes (Agir)
A decisão sobre a nova sede administrativa da Prefeitura envolve planejamento urbano e responsabilidade fiscal. Construir na Zona Norte pode estimular o desenvolvimento local e promover descentralização, beneficiando áreas menos desenvolvidas. Manter a sede no Centro preserva a acessibilidade para a maioria da população e evita altos custos. A decisão deve basear-se em um estudo detalhado dos impactos socioeconômicos e considerar a opinião pública através de consultas. Se o custo de R$ 173 milhões for elevado, alternativas mais econômicas devem ser exploradas para atender às necessidades da cidade sem comprometer outras áreas essenciais.

Jorge Roque (PT)

Somos totalmente contrários à retirada do centro administrativo da Prefeitura da região central de Ribeirão Preto. Na Câmara de Vereadores, nossas representantes no Legislativo se opuseram com determinação e firmeza, embasadas por consultas e análises, mas também tendo ouvido comerciantes, lideranças e trabalhadores da área. Trata-se de uma medida tomada sem ouvir a população, como tem sido praxe, ao apagar das luzes do atual governo, e sem qualquer estudo sério que justifique a medida. Trata-se de um projeto oneroso que, certamente, iria degradar ainda mais o nosso Centro.

Marco Aurélio (Novo)

Minha posição é clara: defendo que a sede administrativa da gestão municipal esteja no Centro da cidade. Ribeirão Preto precisa que o Centro seja também o coração administrativo. É o que está acontecendo em São Paulo, com toda a sede do governo estadual sendo levada para a região central. Haverá benefícios para a revitalização, serviços e comércio local, ocupação de vazios urbanos além do adensamento e promoção da segurança. A revitalização do Centro depende de um investimento robusto que o transforme em um importante ponto de circulação, moradia e consumo. Centralizar a administração municipal trará mais vida à região e facilitará parcerias público-privadas para recuperar prédios históricos e dinamizar mais negócios e empregos. Está em discussão e precisamos considerar os impactos positivos que essa escolha poderá trazer a curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento da cidade.

Ricardo Silva (PSD)

Minha posição é clara e já assumi esse compromisso: a Prefeitura ficará no Centro. Sou favorável à estrutura de um Centro Administrativo, de todos os serviços ficarem próximos, para que o governo funcione melhor, mas ele não será construído fora do Centro. Também podemos rever o modelo de investimento, podendo atrair parcerias para a construção, com um valor de menor impacto aos cofres, como outras cidades já fizeram no passado. Serei o prefeito de Ribeirão Preto e, pensando em um modelo de administrações regionais, (subprefeituras em outras regiões), serei também o subprefeito do Centro. Não abrirei mão de revitalizar o nosso Centro, porque tenho certeza de que isso servirá de exemplo para toda a nossa cidade, pois é assim que vamos trabalhar com todos os nossos bairros, cuidando, estando junto com a nossa gente.