7 milhões de famílias estão no Bolsa Família há pelo menos 10 anos

Esse número representa 34,1% de todas as 20,6 milhões de famílias inscritas no programa até fevereiro de 2025.

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Dados novos, obtidos pela Lei de Acesso à Informação, mostram que 7 milhões de famílias brasileiras recebem o Bolsa Família há mais de 10 anos. Esse número representa 34,1% de todas as 20,6 milhões de famílias inscritas no programa até fevereiro de 2025.

A informação foi conseguida ao cruzar dados do Ministério do Desenvolvimento Social com o Portal da Transparência. Ela mostra uma realidade preocupante: muitas famílias não conseguem sair da pobreza, mesmo depois de anos recebendo ajuda.

O que foi descoberto:

  • 7 milhões de famílias estão há mais de 10 anos no Bolsa Família.
  • A maioria vive nas regiões Norte e Nordeste do país.
  • A permanência por tanto tempo indica problemas como falta de acesso à boa educação, empregos formais e outras políticas públicas que poderiam ajudar essas famílias a melhorar de vida.

Regiões mais afetadas:

O Nordeste tem o maior número de famílias que recebem o benefício há muito tempo. Já o Norte tem a maior proporção de famílias nessa situação. Isso mostra desigualdades antigas e a falta de oportunidades econômicas nessas regiões.

Por que essas famílias continuam no programa?

O Bolsa Família foi criado para ajudar quem vive em situação difícil. Mas apenas dar dinheiro não é suficiente para garantir que essas famílias consigam melhorar de vida.

Segundo especialistas, é preciso também oferecer:

  • Cursos de qualificação profissional;
  • Acesso a creches e escolas boas;
  • Facilidade para conseguir empregos formais.

Sem isso, as famílias acabam continuando no programa por muitos anos.

Estar no Bolsa Família por muito tempo é um problema?

De acordo com o sociólogo João Carlos Barros, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não se deve culpar as famílias por estarem no programa tanto tempo. Para ele, o problema é a falta de investimentos em educação, saúde e emprego. O programa, sozinho, não é suficiente.

O que poderia melhorar:

O Governo Federal criou benefícios extras, como:

  • Auxílio Criança Cidadã;
  • Benefício Primeira Infância;
  • Benefício de Superação da Extrema Pobreza.

Mas, sem ligação com outras políticas públicas, esses programas apenas ajudam a manter o mínimo necessário, sem mudar a situação das famílias de verdade.

O papel dos municípios:

As prefeituras também ajudam no Bolsa Família, verificando se as crianças vão à escola e se estão vacinadas. Mas muitos municípios não têm equipe suficiente para acompanhar todas as famílias.

Como ajudar essas famílias a terem mais autonomia?

Especialistas sugerem:

  • Melhorar a educação básica e técnica;
  • Facilitar o acesso a crédito para pequenos negócios;
  • Criar incentivos para o trabalho formal;
  • Investir no desenvolvimento econômico das regiões mais pobres.

Além do governo, empresas privadas e organizações sociais também podem ajudar, oferecendo cursos, empregos e apoio ao empreendedorismo.

Um resumo dos números:

IndicadorValor
Famílias no Bolsa Família (fev/2025)20,6 milhões
Famílias há 10 anos ou mais no programa7 milhões
Proporção de longa permanência34,1%

Regiões com maior proporção de longa permanência:

  1. Norte
  2. Nordeste
  3. Centro-Oeste
  4. Sudeste
  5. Sul

O Bolsa Família é importante?

Sim. Mesmo com críticas, o Bolsa Família é considerado um dos programas mais importantes do mundo para combater a pobreza extrema.

Deve ser cortado?

Não. Especialistas dizem que cortar o Bolsa Família sem oferecer outra alternativa pioraria ainda mais a pobreza. O ideal é que as famílias deixem o programa porque conseguiram melhorar de vida.

Conclusão:

Ter 7 milhões de famílias no Bolsa Família há mais de 10 anos mostra que o Brasil ainda enfrenta muitos problemas de desigualdade. Esse número deve ser visto como um chamado para criar políticas públicas que ajudem de verdade essas famílias a terem uma vida melhor, com educação, saúde, trabalho e desenvolvimento.