🚨 Desentendimento em condomínio leva à tragédia: vizinho assassinado em Ribeirão Preto ⚠️

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Júlio César da Silva, de 60 anos, na quarta-feira (26) após ter sido atacado por um vizinho

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Resumo dos principais pontos:

  • Sérgio Salomão Bernardes, morador do condomínio, foi preso por matar o vizinho Júlio César da Silva.
  • O crime ocorreu após uma série de ameaças e perturbações causadas por Sérgio no condomínio.
  • A administração do condomínio havia entrado com ação judicial para expulsar Sérgio um dia antes do crime.
  • Testemunhas relataram o comportamento agressivo de Sérgio e suas constantes infrações ao regulamento do condomínio.
  • Sérgio alegou legítima defesa, mas foi preso em flagrante.
  • A tragédia gerou grande comoção e medo entre os moradores do condomínio.

foto divulgação

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Júlio César da Silva, de 60 anos, na quarta-feira (26) após ter sido atacado por um vizinho no meio da rua em Ribeirão Preto (SP).

O suspeito, Sérgio Salomão Bernardes, foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. O caso é investigado como homicídio, e a polícia também quer saber se o crime foi premeditado.

Quem é a vítima?

Júlio César da Silva era natural de Franca (SP) e morava há anos no condomínio Jardim das Pedras. Ele era muito querido pelos vizinhos e descrito como uma pessoa gentil e prestativa.

“Ele era um senhor muito bonzinho, não brigava com ninguém, se dava bem com todo mundo, não tinha problema nenhum no condomínio. Era muito querido e está todo mundo muito triste por isso”, diz a dona de casa Valéria Maciel.

Seu irmão, Marcos Antônio da Silva, também elogiou Júlio César. “Todo mundo gostava dele. Eu fiquei até sensibilizado por falarem para mim que gostavam dele. Ele era muito sentimental com as pessoas. Sempre fazia uma gentileza de levar uma fruta, esse tipo de coisa”, afirmou.

Comportamento do suspeito

Na segunda-feira (24), um dia antes do crime, o condomínio ajuizou uma ação para expulsar Sérgio devido ao comportamento extremamente agressivo, à perturbação do sossego e às ameaças de morte contra membros da administração e moradores.

Os episódios de desrespeito às pessoas e ao regimento do residencial, segundo a administração, se estendem há mais de um ano. Sérgio mora sozinho no apartamento, herança da mãe já falecida, que estava sob ação de penhora devido ao atraso no pagamento mensal da taxa condominial desde 2015.

Imagens de câmeras de segurança mostram Sérgio intimidando vizinhos com facas, xingando pessoas, fazendo barulho com uma marreta à noite e provocando brigas. Ele já havia se assumido usuário de drogas e chegou a dizer que traficava entorpecentes.

Como Júlio César morreu?

Apesar da confusão no condomínio, o crime aconteceu no Centro de Ribeirão Preto. Na terça-feira (25), por volta das 14h30, Sérgio e Júlio César começaram a discutir na Rua Barão do Amazonas. De repente, Sérgio deu um soco no rosto de Júlio César, que caiu no chão e bateu a cabeça com força na calçada. Enquanto estava caído, teve o tórax pisoteado pelo agressor.

Uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) passava pelo local e foi acionada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou atendimento à vítima, que sofreu uma parada cardíaca e foi levada à Santa Casa de Ribeirão Preto. Júlio César não resistiu e morreu na quarta-feira (26).

O que o suspeito disse à polícia?

Levado à delegacia, Sérgio alegou legítima defesa. Disse que encontrou Júlio César por acaso quando estava a caminho do Bom Prato, no Centro, e que os dois começaram a discutir. Segundo ele, Júlio César jogou uma sacola no rosto dele e tentou atacá-lo com chutes, momento em que Sérgio revidou.

O delegado de plantão determinou a prisão em flagrante do manobrista.

Moradores temiam uma tragédia

No dia 17 de junho, moradores revoltados tentaram linchar Sérgio. A Polícia Militar foi acionada. Segundo o síndico Vitor Luís Lobo da Silva, o temor era de uma tragédia, e após assembleia, a administração contratou um advogado para mover a ação de expulsão de Sérgio.

“As pessoas estavam em um nível de estresse que elas não conseguiam dormir, não conseguiam descansar o suficiente, e ficavam com esse barulho dentro do seu apartamento, dentro de sua casa, sendo perturbadas. Eu achei que fosse chegar a um ponto que alguém fosse tentar fazer justiça com as próprias mãos. O fato [crime] aconteceu fora, mas poderia ter sido, sim, aqui dentro”, afirmou Vitor.

Relatos de vizinhos

Um dos moradores ameaçados por Sérgio diz que qualquer coisa motivava a violência do suspeito, como barulhos de colher caindo, passos fortes e latidos de cachorro. “Ele xingava e a gente tinha que ficar quieto. Ele batia marretas todo dia, 2h da manhã, 4h, meia-noite, não tinha horário, balançava o prédio todo”, contou.

A dona de casa Valéria Maciel disse que muitos vizinhos tentaram conversar com Sérgio, mas a situação ficou insustentável. “Como o Sérgio dava muito trabalho, todo mundo tentava pedir pra ele parar, conversar. E ele não aceitava, ficava bravo. Ele não gostava que chamasse a atenção dele. Tirava o sossego. A polícia sempre era chamada, mas não podia fazer nada”.

Essa tragédia chocou a todos e trouxe à tona a importância de medidas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar em condomínios.

Lembre-se: “A paz começa onde termina a intolerância”.

Assinatura Jornalista AIELLO