Cantor é um dos alvos da Operação Integration, que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra. À época, artista disse que era inocente. Decisão cita ‘conivência com foragidos’.
A Justiça de Pernambuco decretou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima no contexto da Operação Integration, que investiga crimes como lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais. A decisão foi tomada pela juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), que também determinou o bloqueio de imóveis, contas bancárias e investimentos em nome do cantor.
A operação, a mesma que levou à prisão da advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra, tem como alvo uma organização criminosa relacionada a casas de apostas e operações financeiras suspeitas. Segundo a juíza, Gusttavo Lima teria abrigado José André da Rocha Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet, e sua esposa, Aislla Rocha, após uma viagem à Grécia, o que levantou dúvidas sobre seu envolvimento com atividades criminosas.
A Polícia Civil de São Paulo também apreendeu um avião ligado à Balada Eventos e Produções, empresa de Gusttavo Lima, durante a operação. O cantor declarou nas redes sociais que não tinha envolvimento com a aeronave, afirmando que ela havia sido vendida no ano anterior.
A Operação Integration foi deflagrada no dia 4 de setembro, resultando na prisão de Deolane Bezerra e de outros investigados. Na mesma data, entre as diligências da operação, foi apreendido, pela Polícia Civil de São Paulo, um avião que pertencia a uma empresa de Gusttavo Lima, Balada Eventos e Produções. A aeronave, prefixo PR-TEN, foi recolhida por policiais enquanto passava por uma manutenção no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista.
Na ocasião, o advogado da Balada Eventos e Produções, Cláudio Bessas, informou ao que a aeronave foi vendida por meio de contrato de compra e venda, devidamente registrado junto ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB-Anac), para a empresa J.M.J Participações.
Procurada, a Anac informou que havia uma negociação, porém a empresa de Gusttavo Lima ainda constava como proprietária do avião.
Até o momento, a defesa de Gusttavo Lima não se manifestou sobre a prisão e as acusações.
Aqui está uma cronologia detalhada do caso envolvendo Deolane Bezerra e a Operação Integration:
- Julho de 2023: Deolane Bezerra abre a empresa de apostas Zeroumbet, com capital registrado de R$ 30 milhões.
- 4 de setembro de 2023:
- Deolane Bezerra é presa na Operação Integration, que investiga uma quadrilha suspeita de movimentar R$ 3 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos de azar.
- A Justiça bloqueia R$ 20 milhões em bens de Deolane e R$ 14 milhões da sua empresa.
- Em depoimento, Deolane declara que sua renda mensal é de R$ 1,5 milhão.
- Mais de 10 pessoas são presas, incluindo Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.
- Deolane confirma ter comprado um Lamborghini Urus S de Darwin, no valor de R$ 3,85 milhões.
- A Polícia Civil levanta indícios de lavagem de dinheiro a partir da compra e venda de carros de luxo.
- Deolane escreve uma carta no Instagram alegando ser vítima de “grande injustiça” e “preconceito” e lamenta a prisão de sua mãe.
- 4 de setembro de 2023:
- A Justiça de Pernambuco decreta o sequestro de bens de vários envolvidos, incluindo aeronaves e carros de luxo, além do bloqueio de R$ 2,1 bilhões em ativos financeiros. A polícia solicitou um bloqueio total de R$ 3 bilhões.
- 9 de setembro de 2023:
- Deolane Bezerra deixa a cadeia no Recife após ser beneficiada por um habeas corpus. Ela é colocada em prisão domiciliar e obrigada a usar uma tornozeleira eletrônica.
- Antes de deixar o presídio, Deolane acusa a prisão de ser “criminosa” e resultado de abuso de autoridade.
- À noite, outra carta de Deolane é publicada em seu Instagram, reafirmando sua inocência e alegando que “não há uma prova sequer” contra ela.
- 10 de setembro de 2023:
- A prisão domiciliar de Deolane é revogada devido ao descumprimento das medidas cautelares. Ela é transferida para o presídio em Buíque, no Agreste de Pernambuco.
- 11 de setembro de 2023:
- O Tribunal de Justiça de Pernambuco nega um novo pedido de habeas corpus feito pela defesa de Deolane. O juiz cita o “financiamento de manifestantes” por familiares dela como um dos motivos para a negativa.
Essa cronologia mostra a complexidade do caso e o impacto das investigações envolvendo lavagem de dinheiro e jogos ilegais, além das tentativas de defesa de Deolane.
