O governo de São Paulo transferiu 22 presos hoje (13) para penitenciárias federais. Segundo o governo, todos são líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os detentos estavam no presídio de Presidente Venceslau, no interior do estado. Entre os transferidos, está Marcos Hebas Camacho, o Marcola, considerado o principal líder da organização criminosa.
No pedido formulado à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo (MP), os promotores argumentam que investigações apontam para a existência de planos para tentar libertar Marcola. “Os alvos da ação já teriam gasto dezenas de milhões de dólares nesse plano, investindo fortemente em logística, compra de veículos blindados, aeronaves, material bélico, armamento de guerra e treinamento de pessoal”, afirma o documento.
O resgate estaria sendo planejado, de acordo com o MP, por Gilberto Aparecido dos Santos, um aliado de Marcola conhecido como Fuminho. Gilberto fugiu da Casa de Detenção de São Paulo em 1999 e, segundo as investigações, está atualmente estabelecido na Bolívia, de onde envia armas e drogas para o Brasil e outras partes do mundo.
Os promotores argumentam ainda que a transferência dos líderes do PCC vai dificultar a articulação do grupo criminoso. “O afastamento e isolamento inédito da liderança da facção de suas bases criminosas e de seus faccionados comandados, e portanto, de sua “zona de conforto”, dificultando assim que as ordens cheguem a outros faccionados”, diz o pedido.
A ação integra diversos órgãos estaduais e federais: as secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, a Força Aérea Brasileira (FAB), o Exército Brasileiro, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Em novembro do ano passado, a Justiça havia autorizado, a pedido do Ministério Público, a transferência, de outros cinco líderes do PCC para presídios de segurança máxima federais.