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Em novembro de 2024, o custo da cesta básica em Ribeirão Preto atingiu o maior valor do ano: R$ 724,52, marcando um aumento de 1,92% em relação ao mês anterior, segundo pesquisa do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp).
Esse valor reflete uma inflação acumulada de 13,07% no ano, sendo impulsionado principalmente pelo aumento da carne bovina, que subiu expressivos 14,97%. O produto foi diretamente impactado pela alta dos insumos agrícolas, estiagem prolongada e a valorização do dólar, além da crescente demanda internacional, como a exportação para a China, que reduziu a oferta no mercado interno.
Principais altas e quedas
Produtos que pressionaram o orçamento:
- Carne bovina: +14,97%
- Óleo de soja: +9,94%
- Arroz: +7,6%
Produtos com queda:
- Batata inglesa: -24,48%
- Banana nanica: -20,36%
A queda desses itens foi atribuída ao aumento da oferta devido a condições climáticas favoráveis e ao período de safra.
Impacto no orçamento familiar
O aumento no preço da cesta básica comprometeu 55,48% do salário mínimo líquido (R$ 1.305,82) em novembro, o que exigiu do trabalhador aproximadamente 122,06 horas de trabalho para adquiri-la. Isso representa um aumento de 2,3 horas em relação a outubro, evidenciando a dificuldade crescente das famílias em manter sua alimentação básica.
Diferenças regionais no custo da cesta básica
A pesquisa também destacou variações significativas no preço entre as regiões da cidade:
- Região Central: Maior valor registrado, R$ 821,14.
- Zona Oeste: Menor custo, R$ 675,60.
Essas diferenças refletem variações pontuais nos preços, como a queda do leite de caixinha (-25,48%) na região central e a redução no preço da batata inglesa na zona oeste.
Sobre a pesquisa
O levantamento do IEMB-Acirp foi realizado em 15 estabelecimentos nas cinco regiões de Ribeirão Preto no dia 25 de novembro. Os dados se baseiam no Decreto Federal nº 399/1938, que define uma cesta básica composta por 13 itens que atendem às necessidades nutricionais mínimas de um adulto.
Reflexo de uma economia instável
A escalada dos preços na cesta básica reflete uma economia pressionada por fatores internos e externos, como o aumento de custos de produção e a volatilidade do câmbio.
“Enquanto a carne sobe, o arroz e o óleo de soja acompanham, deixando a mesa do brasileiro cada vez mais escassa. É preciso rever políticas que equilibrem a oferta interna e priorizem o consumo nacional.”
ASSINATURA: JORNALISTA AIELLO