Chamado de “cafake”, produto feito com cascas e folhas engana consumidores e preocupa setor; entenda os riscos para Ribeirão Preto e o Brasil.
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Enquanto o café arábica atinge preços históricos nas bolsas internacionais, um novo problema preocupa a indústria brasileira: a venda de produtos falsificados, conhecidos como “café fake” ou “cafake”. Feitos com cascas, folhas e outros resíduos da planta do café — mas sem a semente —, esses produtos enganam consumidores e representam riscos à saúde.
Resumo dos Principais Fatos
- “Café fake”: Produtos com “sabor café” são feitos de cascas, folhas e outros resíduos, sem a semente do café.
- Preços recordes: Café arábica atingiu US$ 3,8105 por libra-peso, pressionando o mercado e abrindo espaço para falsificações.
- Riscos: Consumidores podem ser enganados por embalagens semelhantes e preços mais baixos.
- Denúncias: Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) alertou Ministério da Agricultura e Anvisa sobre o problema.
O Que É o “Café Fake”?
O chamado “café fake” é uma bebida produzida a partir de partes da planta do café que não são a semente, como cascas, folhas e palha. Embora alguns produtos tragam a indicação de “sabor café” na embalagem, a semelhança visual com o café tradicional pode confundir o consumidor.
Um exemplo é o produto “Oficial do Brasil”, que traz os dizeres “bebida sabor café tradicional”. Segundo Celírio Inácio da Silva, diretor-executivo da Abic, essa prática é uma “clara e evidente tentativa de burlar e enganar o consumidor”.
Podem ainda conter:
Principais ingredientes do “café fake” no Brasil:
- Cevada torrada – Um dos substitutos mais populares, a cevada tem um sabor torrado que lembra o café, mas sem cafeína.
- Chicória torrada – Possui um sabor amargo semelhante ao café e também auxilia na digestão.
- Alfarroba – Um ingrediente naturalmente doce, utilizado para dar um toque de sabor semelhante ao do café com notas de chocolate.
- Malte de cevada – Dá um sabor mais encorpado e adocicado à bebida.
- Dente-de-leão – Suas raízes torradas são usadas para um sabor terroso e amargo, imitando o café.
- Inhame-roxo ou batata-doce roxa – Algumas versões mais modernas utilizam tubérculos desidratados e torrados para criar uma bebida energética sem cafeína.
- Casca de cacau – Acrescenta notas amargas e achocolatadas, intensificando o sabor parecido com o café.
Por Que Isso Acontece?
A alta dos preços do café no mercado internacional tem pressionado a indústria brasileira. O café arábica, principal variedade produzida no Brasil, atingiu patamares históricos devido a fatores como a frustração de safra e a geada de 1979, que ainda impacta os custos.
Com o aumento dos preços, alguns fabricantes têm recorrido a matérias-primas mais baratas — e muitas vezes inadequadas — para produzir bebidas com “sabor café”. Essa prática não só engana o consumidor, mas também coloca em risco a saúde pública.
Impactos para o Consumidor e a Indústria
- Engano: Embalagens semelhantes ao café tradicional podem confundir o consumidor.
- Saúde: Produtos feitos com cascas e folhas podem conter substâncias prejudiciais.
- Concorrência desleal: A indústria legítima sofre com a concorrência de produtos falsificados.
A Abic já denunciou o caso ao Ministério da Agricultura e à Anvisa, pedindo fiscalização rigorosa para proteger os consumidores e garantir a qualidade dos produtos.
O Que Diz a Lei?
No Brasil, a legislação define que apenas produtos feitos com a semente do café torrada e moída podem ser comercializados como “café”. Bebidas feitas com outras partes da planta devem ser claramente identificadas como “sabor café” ou similares. No entanto, a fiscalização precisa ser reforçada para coibir práticas enganosas.
Como Identificar o Verdadeiro Café?
Para evitar cair no golpe do “café fake”, os consumidores devem:
- Verificar o rótulo: Busque a indicação de “café torrado e moído” na embalagem.
- Checar a origem: Dê preferência a marcas reconhecidas e certificadas.
- Comparar preços: Desconfie de produtos com valores muito abaixo da média.
Mensagem Final
Enquanto enfrentamos desafios como a alta dos preços e a proliferação de produtos falsificados, é essencial valorizar a qualidade e a autenticidade do que consumimos. O café é uma tradição que faz parte da identidade brasileira, e preservar sua integridade é um dever de todos. Aproveite cada xícara com consciência e gratidão, celebrando os sabores que a natureza nos oferece.
ASSINATURA: JORNALISTA AIELLO DRT 3895/SP – Em Ribeirão 10 anos tocando em feridas que são escondidas pela velha mídia.
Resumo em Inglês (English Summary)
“Fake Coffee” Alarms Brazilian Industry Amid Record Prices for Real Beans
As global coffee prices hit historic highs, Brazil faces a new challenge: the sale of “fake coffee” made from husks, leaves, and other plant parts instead of coffee beans. Known as “cafake,” these products mislead consumers with similar packaging and lower prices, raising concerns about health risks and market integrity. The Brazilian Coffee Industry Association (Abic) has alerted authorities, urging stricter oversight to protect consumers and the industry. With arabica coffee reaching $3.8105 per pound, the rise of counterfeit products underscores the need for vigilance in preserving the quality and authenticity of Brazil’s coffee tradition.