Alfredo Sampaio Filho, o Alfredinho faleceu lenda do futebol do interior

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foi ex-centroavante e ponta-direita do Santos, em meados da década de 50. Na Vila, foi bicampeão paulista (55/56) no time ainda sem Pelé, mas que tinha Zito, Formiga, Vasconcelos, Manga, os irmãos Álvaro e Ramiro…

No ano seguinte, conquistou outro título estadual, só que pelo Grêmio. Voltou ao Peixe, já com Edson Arantes do Nascimento. “Ele (Pelé) é que jogou comigo, pois eu já era bicampeão”, costuma dizer Alfredinho.

Nascido na cidade cearense de Cascavel, no dia 7 de fevereiro de 1927, ele começou a jogar no próprio Ceará Sporting Club. Teve passagens também pelo Sampaio Correia, Madureira, Palmeiras, onde sequer fez uma partida, Linense e XV de Piracicaba. Pendurou as chuteiras no Comercial, de Ribeirão Preto, no início dos anos 60.

Depois, foi auxiliar-técnico de Lula no Santos. Ali, conquistou em 63 o título mais importante, o bicampeonato mundial contra o Milan, no Maracanã.

A partir daí, trilhou uma longa carreira de treinador, que lhe rendeu uma vivência de 50 anos no futebol ? 18 como jogador e 32 como técnico.

Na função de comandante, Alfredinho tornou-se personagem folclórico no interior paulista, sendo apelidado até de “Bruxo”. Isso porque, segundo ele, fez a proeza de evitar 18 rebaixamentos em campeonatos estaduais. Diz que salvou do descenso, quatro vezes cada, Comercial, Botafogo e Marília.

No entanto, em 84, não conseguiu impedir a queda do Taquaritinga e, com o fim da magia, foi se distanciando do futebol. Atualmente, vive com a esposa aposentado em Ribeirão Preto cheio de história para contar aos cinco netos.

Lendas ou verdades?

O nome do treinador Alfredinho virou uma lenda do esporte no interior paulista. Ele é dono de histórias pitorescas que suscitam a dúvida se são verdades ou lendas do futebol.

Na final do Mundial Interclubes contra o Milan, em 63, por exemplo, quando era o auxiliar técnico, ele teria dado um comprimido dopante (Pervitin, um estimulante) para Almir Pernambuquinho, que substituiu o contundido Pelé, antes do último jogo.

O episódio foi confirmado pelo próprio Almir num livro. Mas Alfredinho dá outra polêmica versão: “O Lula me deu o comprimido para dar para o Pernanbuquinho, mas ele enfiou a mão no bolso e me mostro que já tinha, e depois colocou num livreto que fui eu quem deu”, conta, em entrevista ao Jornal da Tarde.

Alfredinho também revela que desde aquela época havia esquema de compra de resultados. Ele mesmo recomendava os dirigentes a comprar os juízes. “Isso me ajudou a salvar muitos times. A corrupção que se vê hoje em Brasília existe em todas as profissões. O Santos nunca jogou descoberto, sempre teve maracutaia”, fala.

Se a mala preta existiu ou não, só Alfredinho sabe, mas é difícil acreditar que uma equipe que tinha Pelé e goleava os adversários precisasse de tal artimanha.

E para quem acha que o técnico Wanderlei Luxemburgo foi o precursor do terno e gravata à beira do gramado no Brasil, engana-se. “Depois do técnico Zezé Moreira, fui o primeiro a usar gravata?, diz Alfredinho.

Fonte http://terceirotempo.bol.uol.com.br/que-fim-levou/alfredinho