A programação da 16ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto traz uma extensa agenda com mais de 250 atividades culturais, além da presença de grandes nomes do universo cultural do país.
Neste ano, uma das atrações do evento é a Sessão Jabuti que propiciará conferências, em todos os dias da Feira, com vencedores do Prêmio Jabuti, nas categorias: romance, conto, crônica e poesia.
Os encontros com escritores premiados serão realizados sempre às 14h, no Auditório Meira Júnior, no Theatro Pedro II, no tradicional Quarteirão Paulista de Ribeirão Preto (SP). O evento, que é uma realização da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, acontece de 12 a 19 de junho, em diversos pontos da cidade.
Criado em 1958, o Jabuti é o mais tradicional prêmio da literatura brasileira. Contemplando ao todo 27 categorias, a premiação se diferencia pela sua abrangência e por, além de valorizar os escritores, destacar a qualidade do trabalho de todas as áreas envolvidas na criação e produção de um livro.
Para a coordenadora da programação da Feira, Laura Abbad, a Sessão Jabuti valoriza o evento, pois reúne autores consagrados por um prêmio que representa um reconhecimento de quem entende de literatura para quem produz literatura.
“O prêmio é julgado por pessoas qualificadas, especialistas em livros, literatura e em diferentes áreas da cultura e da ciência que através da votação, valorizam o conteúdo produzido pelo autor”,
explica.
A cobiçada estatueta do Jabuti propicia ao escritor a entrada no ranking dos notáveis da literatura nacional, o que cria projeção até internacional. A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto sempre reuniu vencedores do prêmio Jabuti nas suas edições,
“como o escritor Ignácio de Loyola Brandão, por exemplo, que participou de quase todas as edições do evento”,
comenta Laura.
De acordo com a superintendente da Feira, Viviane Mendonça, a Fundação do Livro e Leitura já vinha fazendo uma parceria com a Câmara Brasileira do Livro há alguns anos, porém, nesse ano foi efetivado um trabalho conjunto que resultou na criação da Sessão Jabuti, reunindo um maior número de escritores vencedores do prêmio na mesma edição.
“A Câmara está nos apoiando no contato com os autores convidados e no apoio institucional incentivando a Feira do Livro como um todo”,
acrescenta.
Na visão da superintendente, considerado o prêmio mais importante do Brasil, o Jabuti é uma valorização para o mercado literário. “Uma das suas maiores contribuições é que, além de premiar escritores renomados, ele também tem a função de descobrir novos talentos dentro desses gêneros. Valoriza os escritores consagrados e estimula novos escritores a surgirem no país”, diz Viviane.
Para Laura Abbad, os prêmios literários como o Jabuti legitimam a qualidade do livro. “Nem sempre vendas exacerbadas de determinado livro representam que a obra tenha necessariamente uma escrita engenhosa”, conclui.
Sessão Jabuti – agenda de conferência dos escritores na Feira
Dia 12/06 – Carlito Azevedo
De origem carioca, Carlito Azevedo se destacou logo que surgiu em meio aos escritores dos anos 90 que buscavam seu lugar em um cenário livre das demandas vanguardistas e da presença intimidante dos gigantes do verso moderno brasileiro. É editor, crítico e poeta brasileiro. Cursou a faculdade de Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro, voltando sua atenção para a poesia francesa, a qual vem traduzindo regularmente. Apoiado por José Lino Grünwald, publicou seu primeiro livro “Collapsus Linguae” (1991), com o qual ganhou o prêmio Jabuti. Desde 1997, é editor da revista de poesia Inimigo Rumor e coordenador da coleção de poesia “Ás de colete”. Foi também contemplado com a Bolsa Vitae de literatura (1994/1995).
Dia 13/06 – Ignácio de Loyola Brandão
Nascido na cidade de Araraquara, Ignácio de Loyola Brandão é escritor e jornalista e conquistou, ao longo de sua carreira, cinco Prêmios Jabuti. Seu trabalho alcançou a marca de 43 livros – publicados entre romances, contos, crônicas, viagens, infantis e infantojuvenis, alguns traduzidos para mais de 14 línguas. O autor escreve quinzenalmente no Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo.
Dia 14/06 – Fabrício Carpinejar
Fabrício Carpinejar possui 30 obras literárias, entre livros de poesia, crônicas, reportagens e infantojuvenis. É poeta, cronista, jornalista e professor. Atualmente, exerce as funções de apresentador da TV Gazeta, comentarista na Rede Globo e na Rádio Gaúcha, além de colunista no jornal Zero Hora e também no jornal O Globo, onde tem seu próprio blog.
Dia 15/06 – Alice Ruiz
Poeta e haikaista, Alice Ruiz já recebeu dois Prêmios Jabuti na categoria poesia pelos livros “Vice Versos”, de 1989, e “Dois em Um”, de 2009. Ao longo de sua carreira, publicou 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil. A escritora tem poemas traduzidos em diversos países como Estados Unidos, Bélgica, México, Argentina, Espanha e Irlanda e tem sido convidada como palestrante na Bienal de Línguas da América no México e na Europalia Brasil, em Bruxelas. Um dos destaques de sua carreira é a atuação como compositora. Alice Ruiz compõe letras desde os 26 anos e tem diversas canções gravadas por parceiros e intérpretes. Lançou, em 2005, seu primeiro CD, o Paralelas, em parceria com Alzira Espíndola, pela Duncan Discos, com as participações de Zélia Duncan e Arnaldo Antunes.
Dia 16 – Carol Rodrigues
Nascida no Rio de Janeiro e criada em São Paulo, Carol Rodrigues conquistou o Prêmio Jabuti com seu primeiro livro, intitulado “Sem Vista para o Mar”, de 2014, na categria Conto. É formada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e atua como produtora do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural e ministra oficinas de escrita no CLIPE Jovem, na Casa das Rosas. Ainda neste ano, lançará seu segundo livro, “Os Maus Modos”, com o apoio do Proac. Ela participou recentemente como autora convidada do Festival Rota das Letras, em Macau, e atualmente realiza uma residência artística no Instituto Sacatar, em Itaparica.
Dia 17/06 – Edney Silvestre
Autor de diversos romances de sucesso, Edney Silvestre já teve obras publicadas na Inglaterra, França, Holanda, Sérvia e muitos outros países. Foi vencedor do Jabuti de melhor romance com “Se eu fechar os olhos agora”, em 2010. Em 2016 lançará seu primeiro livro de contos, “Welcome to Copacabana & outras histórias”, pela Editora Record. É jornalista, escritor, documentarista e apresentador e TV brasileiro. Como correspondente internacional da Rede Globo nos Estados Unidos, Edney cobriu os ataques terroristas em setembro de 2001 e a devastação no Iraque a partir de 2003. Na Globo News, criou o programa Milênio com Paulo Francis e desde 2002 é o âncora do Globo News Literatura. Dentre seus já entrevistados estiveram John Updike, Ohran Pamuk, Mario Vargas Llosa, Nadine Gordimer, José Saramago, João Ubaldo Ribeiro, Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles, Antônio Lobo Antunes, Zélia Gattai, Milton Hatoum, Michael Cunningham, David Hare, entre outros.
Dia 18 – Cristovão Tezza
Cristovão Tezza escreveu mais de uma dezena de livros, entre eles o romance “O filho eterno”, de 2007, que ganhou alguns dos mais importantes prêmios literários do país, já foi publicado em 15 países e, em breve, transformado em filme. Tezza é autor também do livro de contos, Beatriz, e de duas coletâneas de crônicas: “Um operário em férias” e “A máquina de caminhar”. Em 2012 publicou sua autobiografia, intitulada “O espírito da prosa”. Já no ano de 2014, lançou o romance “O professor”, que vem sendo considerado pela crítica como um dos pontos altos da ficção.
Dia 19 – Menalton Braff, Lucília Junqueira de Almeida e Isaias Pessoti
(Vencedores do Prêmio Jabuti nas categorias contos e romance),
Menalton Braff, professor, cientista e romancista, Menalton Braff nasceu em Taquara, Rio Grande do Sul, de onde saiu muito cedo. Sua formação ginasial e clássica se deu entre as cidades de Taquara e Porto Alegre (RS), em uma época em que já se interessava por literatura e militância política, o que, após o Golpe Militar de 1964, resultou em sua perseguição durante a ditadura, sendo obrigado a abandonar o curso de Economia, na antiga URGS, para desaparecer como cidadão por alguns anos. Atualmente, aposentado do magistério, Braff dedica todo seu tempo aos livros, dele e de outros escritores. Escreve mais de uma obra por ano e participa de conclaves culturais e palestras, além de ser membro e ex-presidente da Academia Ribeirãopretana de Letras (da cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo). Foi professor de Literatura Brasileira no ensino médio em escolas particulares de Catanduva, Batatais, Ribeirão Preto, Ituverava e outras.
Lucília Junqueira de Almeida Prado – Passou a infância numa fazenda perto de Conquista, no Triângulo Mineiro, até que voltou para sua cidade natal, São Paulo, para fazer o ginásio. Terminado o curso, fez secretariado, além de cursos de inglês, francês e literatura. Aos 19 anos, casou-se e voltou a morar numa fazenda, no interior paulista. Lucília tem cinco filhos, 11 netos e seis bisnetos. É autora de 65 livros infantis e juvenis e dez livros de contos. Com “Uma rua como aquela”, marcou a renovação da literatura brasileira destinada a jovens e recebeu o Prêmio Jabuti, em 1971. Ganhou mais de oito prêmios, entre eles o Pen Clube Internacional.
Isaias Pessoti – (São Bernardo do Campo, 28 de Setembro de 1933) é escritor, psicólogo e professor universitário brasileiro. Como escritor ganhou o Prêmio Jabuti em 1994. Foi professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduou-se em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1955. Doutorou-se em psicologia também pela USP em 1969, orientado por Carolina Martuscelli Bori, com a tese “Discriminação condicional em Melipona Micheneria Rufiventris Lepeletir”.
A Feira Nacional do Livro faz parte do calendário cultural de Ribeirão Preto e região. Trata-se de uma feira reconhecida nacionalmente e consolidada como um dos mais importantes eventos do interior e uma das sete maiores feiras literárias da América Latina.
A 16ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão, como em todos os anos, faz homenagem a um país. Desta vez é a Colômbia, considerado o país das bibliotecas. Quanto aos escritores celebrados, a premiada Lygia Fagundes Telles é a escritora do ano, atual membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia das ciências de Lisboa. Na categoria infantojuvenil, a autora homenageada é Maria Clara Machado, escritora e dramaturga de sucesso entre crianças e adolescentes. O filósofo, escritor e educador Mario Sergio Cortella é o destaque na categoria autor educação e a premiada Rita Mourão, atual integrante da Academia Ribeirãopretana de Letras, é a homenageada na categoria autor local. Como patrono, a Feira indicou o empresário e Fundador do Grupo Rodonaves, João Naves.
Nesta edição, o evento mantém seus pilares associados aos princípios da democratização do acesso ao livro e à leitura ao realizar uma programação de atuação diversificada com: saraus, contação de histórias, exposições de livros, salão de ideias, palestras, oficinas, música, dança, teatro e outras modalidades.
A programação completa é gratuita e acessível a todos os públicos. Uma das características desta agenda cultural é incluir atividades para diversos locais da cidade, como escolas, instituições, bibliotecas, praças, ONGs, universidades, museu, shoppings e centros culturais na periferia. O evento atende não só a cidade de Ribeirão Preto, mas também em 25 municípios da região.
Serviço
-Sessão Jabuti
-16ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto
-Quando: 12 a 19 de junho
-Horário: Todos os dias a sessão acontecerá às 14h
-Onde: Auditório Meira Júnior, no Theatro Pedro II
-Entrada: Todos os eventos são gratuitos. Nos espaços sujeitos à lotação, os participantes devem retirar uma senha com uma hora de antecedência. Nos demais locais, a entrada será feita por ordem de chegada.