Preço da cesta básica: desafio crescente para o desgoverno Lula

Ideal seria cortar impostos mas estuda-se Venda de alimentos vencidos, Venda de medicamentos em supermercados, Antecipação da nova cesta básica, mudança no vale refeição

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Ideal seria cortar impostos mas estuda-se Venda de alimentos vencidos, Venda de medicamentos em supermercados, Antecipação da nova cesta básica, mudança no vale refeição

O preço dos alimentos, uma pedra no sapato para o governo, tem impulsionado a busca por soluções concretas para conter a inflação que afeta diretamente o bolso dos brasileiros. No dia 21 de novembro, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou ao presidente Lula um conjunto de 10 medidas, atualmente em análise pelo Ministério da Agricultura e pela Casa Civil, liderada por Rui Costa.


1. Venda de alimentos vencidos não perecíveis

Inspirada em práticas de países como Estados Unidos e União Europeia, a ideia é permitir a comercialização de produtos como arroz e biscoitos após a data de validade, desde que ainda estejam próprios para consumo. A Abras estima que a redução no desperdício, atualmente de R$ 4,3 bilhões anuais, poderia alcançar R$ 2 bilhões. No entanto, a proposta enfrenta resistência pública devido a questões culturais e de segurança alimentar.

Também foram sugeridas medidas como a venda de medicamentos sem receita nos supermercados, isenção fiscal para doação de alimentos, um modelo de modernização do prazo de validade para conter desperdícios, e criação de uma cesta básica nacional de alimentos isentos.


2. Redução de custos no vale-refeição

Uma das propostas mais polêmicas é a entrada da Caixa Econômica Federal como operadora do vale-refeição e alimentação, eliminando intermediários privados como Alelo e Sodexo, que hoje lucram entre 6% e 10%. A medida pode reduzir custos para o consumidor final, mas enfrenta resistência de empresas que dominam o mercado.


3. Venda de medicamentos em supermercados

A possibilidade de vender remédios isentos de prescrição (como analgésicos e medicamentos para gripe) em supermercados é outra iniciativa. Segundo a Abras, isso poderia reduzir o preço desses produtos em até 35%, aliviando o orçamento das famílias e, indiretamente, compensando os gastos com alimentos.


4. Antecipação da nova cesta básica

A Abras propõe adiantar a entrada em vigor da nova cesta básica, prevista para 2033 com a reforma tributária. Essa mudança inclui a desoneração de produtos essenciais como carnes, reduzindo os preços diretamente. Contudo, esbarra na renúncia fiscal e no ICMS, imposto vital para os Estados.


O GIGANTISMO DO ESTADO: A RAIZ DO PROBLEMA?

Enquanto o governo analisa propostas pontuais, ignora-se a questão estrutural: o tamanho da máquina pública. A alta carga tributária é necessária para manter os custos exorbitantes do Estado brasileiro, que continua a priorizar despesas públicas em detrimento de reformas estruturais.

  • Redução de impostos: Uma alternativa mais eficiente seria reduzir a carga tributária, mas isso exige cortes significativos nos gastos públicos.
  • Enxugamento da máquina estatal: O Brasil precisa repensar sua estrutura governamental e otimizar recursos, eliminando desperdícios que sufocam a economia e dificultam o crescimento.

De acordo com o setor, os preços de 35 produtos de largo consumo cresceram 7,30% em 12 meses. Já os 12 produtos que fazem parte da cesta básica tiveram um aumento de 11,14% no período.

Do lado do governo, participaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura); Luiz Marinho (Trabalho), Wellington Dias (Desenvolvimento Social); Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário); Alexandre Padilha (Relações Institucionais); e Paulo Pimenta (Comunicação Social).

Do setor privado, estiveram presentes os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas; da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi; da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini; do conselho da Associação Brasileira dos Atacarejos (Abaas) e Virgílio Villefort (Villefort Atacado e Varejo); do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire; do Atacadão, Marco Oliveira; do Conselho de Administração do Grupo Mateus, Ilson Mateus; do Atacadão Dia a Dia, Branco Amaral; do Grupo Muffato, Everton Muffato; e o 1º vice-presidente da Abras e diretor de Relações Institucionais do Assaí Atacadista, Paulo Pompilio.

O grupo também apresentou dados sobre a desvalorização das ações das empresas de varejo alimentar, que registrou queda acumulada de 21,88%. Para o setor, essa depreciação se deve aos altos custos operacionais.

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Conclusão

O governo segue buscando soluções que equilibrem o custo de vida com a sustentabilidade fiscal, mas enfrenta desafios significativos, tanto políticos quanto econômicos. Propostas como a venda de alimentos vencidos ou medicamentos em supermercados podem aliviar a inflação no curto prazo, mas não atacam o cerne do problema: a necessidade urgente de uma reforma administrativa e tributária que realmente beneficie a população.

Mensagem de motivação:
A mudança que buscamos não virá apenas de medidas paliativas, mas de coragem política para enfrentar as raízes da desigualdade e do desperdício. É hora de fazer o que é certo, não o que é conveniente.

ASSINATURA:
JORNALISTA AIELLO DRT 3895/SP
Especialista em temas que impactam diretamente a vida da população no único portal independente de Ribeirão Preto.