Na mira do programa de privatizações do governo federal, conforme ressaltou o ministro Paulo Guedes na última semana, os Correios dão mais um motivo àqueles que defendem que a empresa deixe de ser estatal.
Em pleno período de pandemia devido ao vírus chinês, entidade que representa funcionários da companhia anunciou início de greve. A paralisação foi confirmada hoje à noite — e já está em vigor.
Responsável por definir a greve, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirma que a categoria teve “direitos retirados” ao decorrer dos últimos meses.
Na lista de benefícios tidos como “principais” pela entidade estão o “vale cultura” e o “vale peru”.
Dessa forma, a ideia da Fentect é que o movimento grevista permaneça por “tempo indeterminado”. Assim, cerca de 100 mil servidores têm suas atividades profissionais interrompidas.
Secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva culpa o comando dos Correios pela decisão grevista. De acordo com o sindicalista, os responsáveis pela estatal erraram a retirar os vales cultura e peru e outros benefícios dos servidores públicos.
“A direção buscou essa greve, retirou direitos em plena pandemia e empurrou milhares de trabalhadores a uma greve na pior crise que o país vive”, reclamou.
Viés político
Além de paralisar o trabalho a fim de forçar a recuperação de benefícios em época que profissionais da iniciativa privada se veem em meio a reduções salariais e demissões, a entidade que representa funcionários dos Correios fez questão de expor o viés político com tal atitude.
Afinal, a Fentect pede “Fora Bolsonaro” e “Fora, Floriano Peixoto”, em alusões aos presidentes da República e da própria estatal.
Por fim, o movimento registra que “luta” contra a privatização. Para a associação sindical, os Correios devem ter todos os seus custos mantidos com dinheiro público. Ou seja: quer o contribuinte bancando a empresa.