A um ano estava a 4,90. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da B3, caiu 1,41%, marcando 125.875 pontos, acumulando queda anual de 4,85%. Mas o que importa é que o amor venceu.
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O dólar atingiu R$ 6,00 nesta quinta-feira (28), registrando um marco histórico que reflete a instabilidade nas contas públicas e o pessimismo dos investidores diante das recentes medidas anunciadas pelo governo federal. A moeda americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,9960, acumulando alta de 21,84% no ano.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da B3, caiu 1,41%, marcando 125.875 pontos, acumulando queda anual de 4,85%.
Cenário Econômico
A disparada do dólar e a queda do Ibovespa são respostas diretas à coletiva realizada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil), que detalharam o pacote de cortes de gastos de R$ 70 bilhões e a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Entre as medidas previstas estão:
- Restrição ao abono salarial e crescimento limitado do salário mínimo;
- Alíquota de até 10% de imposto para rendas acima de R$ 600 mil/ano.
Embora o pacote tenha como objetivo transmitir seriedade na condução fiscal, o impacto financeiro das promessas preocupa. Segundo analistas, a isenção do IR pode custar R$ 40 bilhões por ano, gerando dúvidas sobre a capacidade de financiamento do governo.
Por que o dólar está subindo?
A escalada do dólar está atrelada a diversos fatores:
- Desconfiança nas contas públicas: O mercado teme que as medidas de corte sejam insuficientes para equilibrar o impacto da isenção do IR.
- Falta de previsibilidade: O anúncio das taxações e cortes não foi acompanhado de detalhamento sobre como será a compensação fiscal.
- Investidores em posição defensiva: Sem clareza, o mercado opta por proteger seus investimentos em moedas fortes, como o dólar.
Impacto nas contas públicas
A promessa de isenção do IR foi aplaudida pela ala política do governo, mas recebeu críticas da equipe econômica e de analistas de mercado. O ministro Haddad afirmou que o impacto da medida seria de R$ 35 bilhões, parcialmente compensado com a taxação dos mais ricos.
Porém, para Helena Veronese, economista da B.Side Investimentos, a medida não gera confiança:
“A isenção não beneficia o consumo familiar de forma suficiente para compensar as perdas de receita. Isso compromete o equilíbrio fiscal no longo prazo.”
Bolsa em queda
O Ibovespa refletiu a mesma desconfiança. Papéis de setores financeiros, de consumo e exportação recuaram diante do cenário incerto. Entre os destaques negativos estão ações de bancos e empresas ligadas ao mercado interno, diretamente impactadas pela alta do dólar e retração econômica.
O que esperar?
A escalada do dólar e a queda do Ibovespa evidenciam o clima de desconfiança com o cenário econômico brasileiro. O mercado aguarda detalhamentos adicionais para compreender como o governo equilibrará o orçamento e se comprometerá com o arcabouço fiscal, regra essencial para a credibilidade financeira do país.
“A economia brasileira precisa de mais clareza e menos apostas populistas. Enquanto a instabilidade fiscal prevalecer, o cidadão comum pagará o preço da incerteza, com um real mais fraco e inflação pressionando os custos do dia a dia.”
ASSINATURA: JORNALISTA AIELLO