O dólar disparou nesta quarta-feira (18), encerrando o dia com uma cotação recorde de R$ 6,2672, uma alta de 2,82% — o maior crescimento percentual em dois anos. A moeda americana vem ganhando força em meio à deterioração das expectativas do mercado financeiro quanto à eficácia do pacote de cortes de gastos apresentado pelo governo federal ao Congresso Nacional.
Na terça-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou uma das primeiras medidas do pacote: um texto que proíbe a ampliação de benefícios tributários em cenários de desempenho negativo das contas públicas. Também foi ativado um “gatilho” que limita o crescimento de gastos com pessoal em caso de déficit primário. Nesta quarta, outros pontos do pacote — como as regras do salário-mínimo e abonos salariais — estavam em pauta na Câmara, com previsão de seguirem para o Senado posteriormente.
Apesar dos avanços pontuais, agentes financeiros mantêm ceticismo sobre o impacto efetivo dessas medidas para conter o endividamento público. Declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente durante entrevista ao programa “Fantástico”, reforçaram a percepção de que o governo não está disposto a implementar cortes profundos nas despesas.
Impacto internacional: Fed reduz juros nos EUA
No cenário internacional, a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, resultou em mais um corte na taxa básica de juros, agora entre 4,25% e 4,50% ao ano. Essa decisão contribuiu para ampliar o apelo do dólar como ativo de segurança, elevando a pressão sobre moedas emergentes como o real brasileiro.
Reflexos no mercado interno
O clima de pessimismo se estendeu à Bolsa de Valores brasileira, onde o índice Ibovespa registrou forte queda. A desvalorização do real, aliada à instabilidade econômica, tem alimentado incertezas sobre a capacidade do governo de preservar os pilares do Plano Real, que estabilizou a economia brasileira na década de 1990.
Perspectivas para o futuro
Analistas destacam que a combinação de políticas fiscais pouco agressivas, declarações polêmicas do governo e um cenário externo desfavorável pode levar a um quadro ainda mais desafiador para o real. A busca por soluções concretas e a restauração da confiança do mercado serão cruciais para evitar a intensificação da crise monetária e econômica.
Frase de motivação:
“A credibilidade e a confiança são os alicerces de uma economia estável. Resta ao Brasil, mais uma vez, demonstrar resiliência diante das adversidades.”