A euforia tomou conta do mercado de criptomoedas após a surpreendente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA em 5 de novembro. O resultado catapultou o valor do Bitcoin, que alcançou a impressionante marca de US$ 91.085 nesta quarta-feira em Nova York, registrando um salto de mais de 30% desde o início do mês. A promessa de uma regulação mais amigável ao setor por parte do presidente eleito impulsionou o otimismo entre investidores.
Trump, que em seu mandato anterior mantinha uma postura cética em relação às criptomoedas, desta vez sinalizou uma guinada. Propondo tornar os EUA um epicentro de inovação digital, o republicano sugeriu a criação de um estoque estratégico de Bitcoin e regulamentações mais flexíveis. Isso não apenas elevou o preço do Bitcoin, mas também impactou outras criptomoedas, como a Dogecoin, que disparou cerca de 80% em apenas cinco dias.
Dogecoin: a ascensão da ‘meme coin’ favorita
A Dogecoin, famosa pelo seu icônico mascote Shiba Inu e promovida pelo bilionário Elon Musk, tem sido uma das estrelas deste rali. A moeda digital se valorizou significativamente após Musk insinuar que lideraria um inédito Departamento de Eficiência Governamental — cuja sigla em inglês (DOGE) remete ao token. Trump confirmou nesta terça-feira a criação do departamento, nomeando Musk como codiretor. A novidade deu novo fôlego à Dogecoin, que viu um rápido salto em seu valor antes de estabilizar com o leve recuo do Bitcoin.
Desafios e expectativas: a inflação e os rendimentos do Tesouro
Enquanto o universo cripto celebra, os mercados tradicionais observam com cautela. O rendimento das Treasuries americanas e o dólar apresentaram altas, sinalizando que os investidores já precificam possíveis pressões inflacionárias resultantes das promessas de Trump de cortes de impostos e novas tarifas comerciais. A inflação anualizada nos EUA subiu para 2,6% em outubro, a primeira alta em sete meses, aumentando as especulações sobre os próximos passos do Federal Reserve.
O futuro: euforia ou bolha?
Especialistas alertam para a possível volatilidade dos próximos meses. “Uma pausa no mercado seria bem-vinda, mas é provável que seja curta. Os ventos a favor ainda são fortes”, afirma Noelle Acheson, autora do boletim ‘Crypto Is Macro Now’. Analistas da Deribit apontam para apostas ousadas de que o Bitcoin possa atingir a marca de US$ 100.000, com fundos negociados em bolsa (ETFs) já registrando mais de US$ 1 bilhão em entradas desde o início da semana.
Resta saber se a administração Trump realmente priorizará o setor de criptoativos em meio a desafios globais mais urgentes, como as relações com a China e a estabilidade da economia americana. O mercado, por enquanto, segue em clima de festa — mas com os olhos atentos ao próximo movimento do novo governo.
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