O Banco Central (BC) manteve, mais uma vez, a Selic em 6,5%. A taxa está nesse patamar desde o fim do ciclo de quedas, em março. Essa medida está em consonância com as incertezas políticas, que só devem ser dissipadas quando o novo governo colocar de forma clara quais são as suas propostas e suas diretrizes para a Política Econômica em 2019, avalia a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Para a Federação, não há indícios de fortes pressões adicionais no curto prazo, tampouco necessidade de retomar o ciclo de alta de juros, visto que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,21%, em novembro. No entanto, entende que o Banco Central não quis tomar uma decisão mais ousada nesta última reunião sob a administração atual.
Combinada com as expectativas de inflação (IPCA), a taxa de juros real deste ano pode fechar próxima ao patamar de 2% a 2,5%, relativamente baixa para os padrões brasileiros, mas que não geram riscos à meta de inflação por enquanto.
Diante de um início de recuperação econômica e ainda de incertezas no quadro para 2019, a Entidade acredita ser correta a postura cautelosa da autoridade monetária, que poderá ser mais ousada se o próximo governo passar da proposta de uma agenda reformista para a apresentação efetiva de projetos e a mesma obtiver boa aceitação do Congresso. Então, haverá a possibilidade de terminar o ano de 2019 com juros e inflações menores.
A FecomercioSP, que sempre apoiou todo o processo de redução de juros, espera que o País termine de fazer seu ajuste fiscal o mais rápido possível, permitindo não só a queda mais acentuada da taxa, como também impedindo que em 2019 o Brasil tenha de passar por outro ciclo de alta da Selic.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 137 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro –, gerando em torno de 10 milhões de empregos.