Comerciantes Sofrem com Corredor de Ônibus e Proibição de Estacionamento
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Resumo dos Principais Pontos:
- As vendas na Avenida Dom Pedro I caíram 45% após a implementação do corredor de ônibus.
- A proibição de estacionamento na avenida e a cobrança de Área Azul nas ruas transversais são apontadas como principais causas.
- Comerciantes relatam prejuízos e fechamento de lojas.
- Reclamações foram encaminhadas à prefeitura, mas até agora sem resposta efetiva.
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes de Lojistas (CDL) revelou uma preocupante queda de 45% nas vendas do comércio na Avenida Dom Pedro I, em Ribeirão Preto (SP), após a implementação dos corredores de ônibus e a proibição de estacionamento na avenida.
O corredor de ônibus foi introduzido em 2022 como parte do plano “Ribeirão Mobilidade”, lançado em 2019 com diversas obras e intervenções para melhorar o trânsito e a infraestrutura urbana do município. No entanto, essa mudança também trouxe a proibição de estacionamento ao longo da avenida.
Comerciantes da região, uma das mais importantes da Zona Norte, têm expressado preocupação com a queda significativa no fluxo de clientes e nas vendas. Segundo o Sincovarp, o movimento caiu em média 42%.
Lígia de Março, que mantém uma papelaria na área há 46 anos, observa que os comerciantes têm sentido uma diferença negativa desde que o estacionamento foi proibido. “É difícil para os clientes encontrar um lugar para parar, e isso afeta diretamente nossas vendas”, diz Lígia.
Além do corredor de ônibus, outro fator agravante apontado pelos comerciantes é a cobrança de Área Azul nas ruas que cruzam a avenida, conforme identificado na pesquisa do Sincovarp.
Imóveis Fechados e Placas de ‘Aluga-se’ Se Multiplicam
Um levantamento feito pela EPTV mostrou que, apenas entre as ruas Espírito Santo e Bonfim, são pelo menos 10 imóveis comerciais fechados, muitos deles com placas de “aluga-se”.
Cléber Mingoni, que possui uma loja na avenida há dois anos, também relata prejuízos desde a proibição do estacionamento e a introdução da Área Azul. “Nós dependemos dos clientes que chegam de carro, e essa mudança nos prejudicou muito”, afirma Cléber.
Comerciantes Cobram Providências da Prefeitura
Carlos Ferreira, Gestor de Relações Institucionais da Associação Comercial de Ribeirão Preto (Acirp), afirma que as demandas dos comerciantes estão sendo levadas à prefeitura. “Estamos em constante diálogo com as autoridades para buscar soluções que minimizem os impactos negativos dessas mudanças”, explica Carlos.
Em nota, a RP Mobi, responsável pelo transporte urbano na cidade, declarou que as mudanças na Dom Pedro I visam atender à expansão da Região Norte e que ainda não foi notificada oficialmente sobre a pesquisa do Sincovarp.
Reflexão Final
A situação na Avenida Dom Pedro I exemplifica os desafios enfrentados pelos comerciantes locais diante de mudanças urbanas que, embora planejadas para melhorar a mobilidade, têm causado impactos econômicos significativos. A busca por um equilíbrio entre desenvolvimento urbano e sustentação do comércio local é essencial para garantir o bem-estar econômico da região.
“Em tempos de dificuldade, é a união que faz a força.”
Jornalista AIELLO