Mercado ignora leilões do BC e preocupação fiscal do governo afunda o real.
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Resumo: O dólar à vista ultrapassou R$ 6,20 nesta terça-feira, mesmo após novas intervenções do Banco Central. O mercado financeiro reage com pessimismo ao risco fiscal e à falta de previsibilidade nas políticas econômicas do governo, enquanto a atenção também se volta para a decisão de juros nos Estados Unidos.
O dólar continua sua escalada contra o real e fechou em R$ 6,092 na segunda-feira, o maior valor nominal da história. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana renovou suas máximas, chegando a R$ 6,207 no pico do dia, enquanto a intervenção do Banco Central mostrou pouco impacto frente à desconfiança dos investidores.
▶️ Cotações Atualizadas:
- Dólar Comercial:
- Compra: R$ 6,193
- Venda: R$ 6,194
- Dólar Turismo:
- Compra: R$ 6,103
- Venda: R$ 6,283
🔴 O Que Está Acontecendo?
Os investidores seguem pressionados pela incerteza fiscal e pela percepção negativa sobre as medidas econômicas do governo. A situação se agravou com a divulgação da ata da última reunião do Copom, que destacou preocupações com o cenário inflacionário e o impacto das políticas governamentais sobre os juros e o câmbio.
“O BC deixou um recado claro ao governo: é preciso previsibilidade e responsabilidade fiscal. As políticas de gastos desenfreados estão minando a credibilidade econômica”, destacou Fernando Bergallo, diretor da FB Capital.
Na ata, o Banco Central também reforçou a deterioração do quadro fiscal, criticando o impacto direto das incertezas sobre o risco-país e a desvalorização cambial.
📢 Intervenções do Banco Central:
Na tentativa de conter a alta, o Banco Central realizou novos leilões de dólares à vista. Somente nesta sessão, foram vendidos US$ 1,272 bilhão ao mercado, com taxas em torno de R$ 6,1005.
Contudo, o impacto foi temporário. Após um breve recuo, a moeda voltou a acelerar, demonstrando a força da demanda por dólares.
🌍 Cenário Externo Também Pesa
A atenção dos mercados internacionais está voltada para a decisão do Federal Reserve, prevista para quarta-feira. A expectativa é de uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos, mas as projeções futuras do Fed são o foco principal.
📊 Instabilidade Fiscal e Política no Brasil
A falta de avanços no pacote fiscal do governo é apontada como o principal fator interno que pressiona a moeda.
Entre os entraves estão:
- A ausência do presidente Lula das articulações políticas, enquanto se recupera de cirurgia;
- A dificuldade em aprovar medidas de corte de gastos devido ao recesso parlamentar iminente;
- A polémica envolvendo o pagamento de emendas parlamentares, que travam as negociações.
“A agenda está apertada e a aprovação não é garantida. O governo perdeu o tempo político e não soube negociar com seriedade as reformas necessárias”, analisou João Duarte, sócio da One Investimentos.
✅ Conclusão: Incerteza e Desgaste Fiscal Aumentam Pressão
Com o câmbio sem sinais de alívio e a agenda fiscal em frangalhos, o mercado financeiro continua enviando um sinal claro: ou o governo ajusta suas contas ou o real seguirá perdendo valor. A responsabilidade fiscal, tão ignorada, cobra seu preço no bolso do brasileiro.
⚡ Que Deus nos dê sabedoria para valorizar cada recurso conquistado com suor. A responsabilidade é o caminho para o progresso.
JORNALISTA AIELLO – A VERDADE DOA A QUEM DOER