🔺 Copom se Reúne com Pressão para Aumentar Juros em Meio a Cenário Econômico Desafiador 🔻

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje (5) sua reunião com forte expectativa de aumento na taxa Selic, que poderá subir 0,5 ponto percentual, elevando os juros de 10,75% para 11,25% ao ano. Este será o primeiro encontro do Copom após a aprovação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC em 2025, sinalizando possíveis mudanças na política monetária do país. A decisão final será divulgada na quarta-feira (6).


Motivações e Contexto: Na última reunião, o BC aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, rompendo um período de estabilidade desde agosto de 2022, quando os juros chegaram a 13,75%. No entanto, a pressão atual para uma aceleração nos aumentos de juros reflete preocupações com a inflação, a alta do dólar e o cenário fiscal instável.

A alta da moeda americana, que alcançou R$ 5,86 na última sexta-feira (1º), representa o maior valor desde maio de 2020. Esse aumento eleva os custos de importação, impactando principalmente alimentos como a farinha de trigo e combustíveis, o que pressiona ainda mais a inflação.

Posicionamento dos Especialistas: Segundo Hugo Garbe, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a projeção de uma inflação em alta gera ajustes salariais e precificações de produtos que, na prática, podem impulsionar ainda mais os preços. Assim, o Banco Central precisaria manter a cautela para evitar que a inflação se descontrole.

Além disso, César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, destaca o peso do cenário internacional. O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, está relutante em continuar a reduzir a taxa de juros, o que fortalece o dólar e afeta o Brasil diretamente.

Impactos da Instabilidade Interna e Externa: A taxa de desemprego no Brasil está em 6,4%, um nível historicamente baixo, o que normalmente seria um dado positivo. No entanto, o sócio-consultor Igor Medeiros alerta que o PIB brasileiro não está crescendo de forma robusta o suficiente para garantir uma recuperação econômica sustentável. As eleições americanas também influenciam o cenário: a vitória de Kamala Harris poderia ser mais favorável a mercados emergentes, enquanto a reeleição de Trump pode trazer políticas protecionistas que impactariam negativamente o Brasil.

Cautela e Expectativas Futuras: Nem todos os economistas concordam com a aceleração da alta dos juros. Hugo Garbe argumenta que manter o aumento em 0,25 ponto percentual seria mais prudente, respeitando a política de ajustes graduais do Banco Central. Segundo ele, o BC busca um equilíbrio entre estimular a economia e controlar a inflação.

A expectativa é de que o Copom adote uma posição flexível, monitorando os indicadores externos e internos para decidir a velocidade dos ajustes na taxa de juros.

Conclusão e Perspectiva: O cenário para o Copom é complexo e demanda decisões cuidadosas para evitar desequilíbrios. Enquanto aguarda a decisão final, o mercado se prepara para um aumento que possa equilibrar a política monetária e fortalecer a economia brasileira.

“Manter o foco no futuro, agir com responsabilidade no presente.”

ASSINATURA
JORNALISTA AIELLO