➡️ Nova alta deve ser a sexta consecutiva — 2016 foi a ultima vez em que a taxa Selic alcançou 14,75%
BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (7) para anunciar nova alta da taxa Selic, que deve subir de 14,25% para 14,75% ao ano, segundo projeção unânime do mercado. Essa será a sexta elevação consecutiva dos juros básicos, mesmo sob forte pressão política, especialmente de membros e apoiadores do governo Lula.
Apesar da expectativa de que esta seja a última alta do ciclo, a decisão reflete o cenário ainda adverso da inflação, com alimentos e energia pesando no bolso do brasileiro. Segundo o boletim Focus, a estimativa de inflação para 2025 está acima do teto da meta, o que exige, segundo o próprio Banco Central, manutenção de uma política monetária mais rígida.
🎯 Governo critica, mas inflação não cede
Mesmo o presidente anterior do Banco Central, nomeado antes da gestão do PT, vinha sofrendo ataques sistemáticos nas redes sociais e na imprensa ligada ao partido, criticando os juros elevados. Agora, com o novo indicado de Lula já tendo participado de duas reuniões do Copom, a política de aperto monetário continua, o que mostra que a pressão política não está sendo suficiente para alterar o rumo técnico das decisões.
💰 Por que os juros sobem?
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para conter a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam o consumo e, teoricamente, ajudam a controlar os preços. O problema é que isso também trava a economia, desestimula investimentos e pode aumentar o desemprego — cenário explosivo para um governo que depende de crescimento e programas sociais.
O Copom reconheceu, na última ata, que há sinais de moderação na atividade econômica, mas reforçou que as expectativas inflacionárias continuam desancoradas, ou seja, o mercado não confia que o governo vá conseguir manter a inflação dentro da meta.
📊 Novo sistema de metas e cenário global
Desde este mês, o Brasil adota o sistema de meta contínua de inflação, com teto de 4,5%. Mas a estimativa atual do IPCA para 2025 já ultrapassa esse limite, o que pressiona o Copom a manter a Selic em patamar elevado.
No cenário internacional, há uma mistura perigosa: dólar volátil, risco-país elevado, queda no petróleo e juros altos nos EUA. Tudo isso impõe mais cautela ao BC. O Itaú BBA, em relatório recente, afirmou que o “hiato do produto positivo” (economia ainda aquecida) e as expectativas ainda fora da meta justificam a manutenção da política contracionista.
📉 Economia desacelera, mas inflação segue resistente
- IPCA-15 de abril: 0,43% (acima do esperado)
- IGP-M de abril: +0,24% (após queda em março)
- Mercado de trabalho: desemprego cai, mas geração de empregos decepciona
📌 JORNALISTA AIELLO – Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
🗣️ Enquanto o governo segue criticando os juros altos, o Banco Central apenas reage à bagunça macroeconômica criada por décadas de irresponsabilidade fiscal. A Selic é o termômetro, não o culpado. Quer crescimento? Comece com confiança, não com narrativas.
