Eficácia da Pfizer cai para 74% e da AstraZeneca, para 67%; cientistas consideram ‘urgente dose de reforço’
A proteção contra o coronavírus conferida pelas vacinas Pfizer e AstraZeneca diminui significativamente após 6 meses, indicou um estudo britânico nesta quarta-feira (25), cujos autores defendem doses de reforço.
Um mês após a segunda dose, a eficácia da vacina Pfizer é de 88%, uma proteção contra possíveis infecções que cai para 74% entre cinco e seis meses após a injeção, de acordo com a última análise do estudo Zoe Covid.
Para a vacina AstraZeneca, a eficácia vai de 77% um mês após a segunda dose a 67% entre quatro e cinco meses depois.
O estudo foi realizado com dados de cerca de 1 milhão de usuários do aplicativo Zoe, lançado por um grupo privado de mesmo nome.
Pesquisadores do King’s College London e a equipe de Zoe analisaram os dados de infecções que ocorreram entre 26 de maio e 31 de julho de 2021 em pessoas vacinadas que baixaram o aplicativo entre 8 de dezembro e 3 de julho de 2021.
A campanha de vacinação britânica, que aplicou uma segunda dose a 77% dos maiores de 16 anos, deu prioridade a idosos e pessoas em situação de risco, assim como profissionais de saúde.
Na opinião dos pesquisadores do King’s College, a proteção, portanto, diminuiu mais nesses grupos.
O professor Tim Spector, cientista que liderou o projeto, alertou que isso poderia ser “menos de 50% em idosos e trabalhadores de saúde para o inverno”.
Se este número se referir a infecções e não a formas graves, pode significar “um aumento das hospitalizações e dos óbitos” se o país enfrentar níveis elevados de infecção e uma variante altamente contagiosa.
A pesquisadora considera, então, “urgente fornecer doses de reforço”, bem como estudar se é conveniente imunizar menores com base nas vacinas disponíveis.
Vários países estudam administrar uma dose de reforço, inclusive o Reino Unido que quer propor a vacina para pessoas em situação de risco a partir de setembro, apesar da relutância da OMS (Organização Mundial da Saúde).