⛪ “Igreja Matriz Tem Tudo, Evangélica Perde Até o Chão”: Câmara de Ribeirão Preto Revoga Lei que Garantia Terreno à SOBERP

Projeto do prefeito Ricardo Silva é aprovado por 18 votos — mas ninguém explica por que retirar direito de uso de entidade que atua com crianças em vulnerabilidade

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Projeto do prefeito Ricardo Silva é aprovado por 18 votos — mas ninguém explica por que retirar direito de uso de entidade que atua com crianças em vulnerabilidade

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Enquanto obras milionárias são aprovadas sem questionamentos para a Igreja Matriz Católica — símbolo histórico e religioso da cidade —, a Sociedade Beneficente Evangélica de Ribeirão Preto (SOBERP) acaba de ter revogado seu direito de uso de um terreno público na Avenida dos Andradas, nº 850, no Jardim Marchesi. A Câmara Municipal, em sessão ordinária desta quarta-feira (15), aprovou por 18 votos o Projeto de Lei Complementar nº 41/2025, de autoria do prefeito Ricardo Silva (PSD), que extingue a Lei Complementar nº 1.375/2002.


🏛️ O que diz a lei revogada?

A norma, em vigor há mais de 20 anos, concedia à SOBERP o direito real de uso de um terreno com benfeitorias para operar uma creche em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. O serviço foi encerrado em janeiro de 2017, após a entidade alegar defasagem no repasse per capita, o que inviabilizou:

  • Atendimento de qualidade às crianças
  • Capacitação contínua dos professores
  • Adequação salarial conforme a categoria
  • Manutenção predial
  • Segurança contra atos recorrentes de vandalismo

Apesar do encerramento do serviço, a SOBERP nunca foi acusada de má gestão, desvio ou irregularidade. Pelo contrário: sua atuação é reconhecida por programas como o Aprendizagem Profissional e o SCFV Sementes Rio Pardo, voltados a crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade.


A pergunta que paira no ar: por que revogar agora?

Se o espaço já está desocupado desde 2017, e a entidade não está usando o terreno, qual o motivo real para revogar formalmente o direito de uso?

  • Há interesse em liberar o terreno para outro fim?
  • É uma sinalização política contra instituições evangélicas?
  • Ou simplesmente mais um caso de falta de diálogo com o terceiro setor?

O prefeito Ricardo Silva afirma que o projeto foi solicitado pela própria SOBERP, mas não há documento público que comprove essa solicitação como motivação central — apenas o relato de “rescisão amigável” por inviabilidade financeira.

Mais grave: nenhum vereador questionou o impacto simbólico dessa decisão. Enquanto isso, projetos de interesse da Igreja Católica seguem sendo aprovados com celeridade e apoio unânime, como a recente destinação de verbas para restauração da Catedral Metropolitana.


📊 Votação e ausências suspeitas

Na segunda discussão, o projeto foi aprovado por 18 votos. Não votaram:

  • Isaac Antunes (PL) – presidente da Câmara
  • Daniel Gobbi (PP)
  • Franco Ferro (PP)
  • Bigodini (MDB) – tecnicamente afastado, mas com gabinete ativo

Na primeira discussão, foram 20 votos favoráveis, com apenas Isaac Antunes e Bigodini ausentes.

Ou seja: nenhum parlamentar se posicionou contra a revogação, sequer para exigir transparência sobre o futuro do terreno.


❤️ Quem é a SOBERP?

Fundada em 1º de maio de 1986, a SOBERP é uma entidade sem fins lucrativos que há quase 40 anos atua na promoção de direitos:

  • Programa de Aprendizagem Profissional (desde 2002, alinhado à CLT)
  • Apoio psicossocial a famílias em vulnerabilidade
  • Inclusão no mercado de trabalho
  • Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)

Seu trabalho está alinhado às políticas nacionais de proteção à infância e juventude — e nunca foi alvo de investigações.

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Câmara de Ribeirão Preto revoga lei que garantia terreno à SOBERP, entidade evangélica que atua com crianças. Enquanto Igreja Matriz recebe apoio, evangélicos perdem direitos sem explicação.


🇺🇸 English Summary (American Journalist Style):

In a move raising eyebrows across Ribeirão Preto, the City Council unanimously revoked a 2002 law granting land use rights to SOBERP—a respected evangelical nonprofit serving vulnerable children and families—while Catholic Church projects continue to receive swift municipal support. The mayor claims the request came from the organization itself, but no public justification explains why the city would formally strip rights from a group with a clean record and decades of social impact. Critics question whether this reflects bias, political maneuvering, or simply another example of opaque governance.


💡 Conclusão: Justiça Social Não Pode Ter Confissão Religiosa

O terceiro setor não é inimigo do poder público — é seu aliado essencial na construção de uma cidade mais justa. Quando se revoga direitos sem diálogo, sem transparência e sem critério igualitário, corre-se o risco de estigmatizar instituições pelo viés religioso, não pela eficácia de seu trabalho.

Que Ribeirão Preto não se torne uma cidade de dois pesos: um para os tradicionais, outro para os que também servem — só que com menos holofotes.

Criança em vulnerabilidade não tem religião. Tem direito. E esse direito deve ser defendido por todos, independentemente da cruz que carrega.


JORNALISTA AIELLO DRT 3895/SP
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