A proposta do presidente Lula de confiscar terras de proprietários envolvidos em incêndios florestais está gerando debates intensos no Brasil. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo estuda medidas legais para implementar essa ação, que se inspira na legislação já existente para confiscar terras de quem pratica trabalho escravo.
A ideia é endurecer as penas para os responsáveis por incêndios, aplicando punições mais severas além dos atuais cinco anos de prisão. A medida seria uma resposta ao aumento dos incêndios, especialmente na Amazônia e no Pantanal, que em agosto deste ano atingiram o maior nível de focos desde 2010, com mais de 38 mil focos de incêndio detectados.
Marina Silva destacou que os criminosos aproveitam a seca e as mudanças climáticas para intensificar as queimadas e facilitar a ocupação ilegal de terras, pressionando pela regularização fundiária. A ministra admite que a situação será difícil até o final da estação seca (outubro e novembro), e o governo está trabalhando em inquéritos para combater essa prática.
A ideia de confiscar terras é controversa, mas, segundo o governo, visa proteger o meio ambiente e combater a criminalidade ambiental, especialmente em regiões vulneráveis como a Amazônia.
Essa ação pode ser vista como uma tentativa de frear a degradação ambiental, mas enfrenta resistências, tanto de grandes proprietários quanto de setores políticos que questionam a aplicação e eficácia da medida.