Palácio Rio Branco completa 105 anos

Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto abrilhantou a festa

0
901

Um dos cartões postais mais bonitos e importantes de Ribeirão Preto, o Palácio Rio Branco completou nesta quinta-feira, dia 26 de maio, 105 anos de história, sendo o centro das decisões políticas mais importantes da cidade.

Participaram da cerimônia comemorativa o prefeito Duarte Nogueira, o ex-prefeito Welson Gasparini, o presidente da Fundação Pedro II, Nicanor Lopes, o maestro da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, Reginaldo Nascimento, além de vereadores, funcionários e munícipes.

“A cidade ainda não tinha um local para ser sua sede administrativa, chegando a funcionar na casa de alguns vereadores da época. Em 1917, tínhamos apenas 28 anos de República em nosso país e estamos perto de comemorar o bicentenário da Independência. Temos que valorizar muito esses fatos históricos e preservá-los para melhorar ainda mais o nosso país”, disse Duarte Nogueira.

Quem passou pelo centro da cidade nesta manhã pôde admirar uma apresentação especial do Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, preparada para marcar o aniversário do Palácio Rio Branco.

Para Nicanor Lopes, esta será a última cerimônia de aniversário do Palácio Rio Branco como sede da prefeitura de Ribeirão Preto, já que a estrutura administrativa será transferida para o prédio da rua Américo Brasiliense em breve. “É muito bom que não esqueçamos a história da nossa cidade e as pessoas que construíram essa história. Por isso, é muito importante essa cerimônia”, relatou.

As obras do Palácio Rio Branco foram iniciadas em 3 de agosto de 1915, com a solenidade de lançamento da pedra fundamental da construção. O Palácio ficou pronto em abril de 1917 e foi inaugurado em 26 de maio do mesmo ano.

Com dois pavimentos e um porão, tem 600 metros quadrados de área coberta, totalizando 1.800 metros quadrados de construção. O estilo de sua fachada é uma transição do barroco para o moderno, inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século da França.

O nome escolhido foi uma homenagem ao Barão do Rio Branco, falecido em 1912, que também ganhou um busto na praça que fica em frente ao Palácio. Durante seus anos iniciais, o Palácio foi a sede da Câmara dos Vereadores, da Prefeitura, da Procuradoria e outros órgãos políticos.

Projeto de restauração

O projeto arquitetônico de restauro está sendo executado e está em fase final de elaboração para ser apresentado ao Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (CONPPAC) nos próximos meses. A previsão é que em setembro o projeto esteja pronto, já com os valores para a contratação da empresa que fará o restauro.

Dentro do projeto está a proteção do valor histórico e do significado simbólico para a memória política e administrativa do município, o respeito à legislação e às diretrizes para o Patrimônio Cultural tombado pelo CONPPAC e a observação da relação do Palácio com o contexto do centro histórico do município.

Cápsula do Tempo

Para preservar a história e para que as futuras gerações saibam como foi o centenário do Palácio Rio Branco, comemorado em 2017, foi enterrada uma cápsula do tempo em frente à herma do Barão do Rio Branco com registros, fotos, mensagens, cartas, jornais, revistas, outros impressos, documentos, pen drives, DVDs com informações atuais e cartas de lideranças políticas e empresariais.

A primeira carta depositada, de autoria do atual chefe do Executivo, foi assinada por ele e pelos três ex-prefeitos presentes na comemoração do centenário do Palácio, Gilberto Maggioni, João Gilberto Sampaio e Welson Gasparini. O documento foi o primeiro a ser colocado na cápsula. Outros se juntaram depois, como o ofício de solicitação de verbas para a reforma do Palácio Rio Branco.

Foram escolhidos cinco guardiões da cápsula do tempo, Beatriz de Oliveira, Caio Gallo Lopes, Calos Eduardo Assis Filho, Gabriel Fernandes Ferreira, e Lívia Letícia Fernandes que serão os responsáveis por zelar a cápsula e assegurar que ela será aberta no dia 19 de junho de 2056, quando Ribeirão Preto completará 200 anos.

Grandes salões

O Palácio Rio Branco tem dois salões que marcaram as grandes decisões da política e economia de Ribeirão Preto. No Salão Rosa, nomeado como Orestes Lopes de Camargo, era o local onde os grandes intelectuais daquele tempo debatiam as questões políticas da época e viravam a noite em debates intermináveis.

Hoje, este mesmo salão onde aconteciam às antigas e tumultuadas sessões da Câmara Municipal, exibe em suas paredes quadros de artistas locais com pedaços da história da cidade. Fielmente reproduzidos, ali estão as imagens da primeira capela do povoado, dos antigos habitantes em frente ao coreto, das velhas ruas e praças hoje modificadas.

Já Salão Nobre Antônio Duarte Nogueira, que toma a fachada superior do prédio, era local das festas dos coronéis do café. Lá, por exemplo, foi organizado o baile de gala em homenagem ao então presidente da República Epitácio Pessoa, em uma de suas visitas à cidade. A sala, que é rodeada por janelas com sacadas sobre a praça, mantém intactos os lustres de cristal, as vidraças bisotadas, o impecável assoalho de madeira, as pinturas que adornam as paredes e os móveis da época.

Lá também fica o balcão que acomodava a orquestra durante as festas. Do local, os músicos podiam se localizar pelos espelhos, que até hoje ocupam a parede em frente, e ver quem chegava ao baile, alterando a música de acordo com a importância do convidado.