O Cemitério Bom Pastor deixará de fazer sepultamentos em vala comum (na terra). A medida tem como principal objetivo garantir mais dignidade e respeito aos familiares que são enterrados no cemitério. A mudança também vai permitir triplicar a vida útil do cemitério, administrado pela Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto), de quatro 4 para doze anos.
A mudança acontece a partir de 1º de julho, quando todos os sepultamentos passarão a ser feitos em jazigos. Segundo explicou Maria Lúcia Pandolfo, gerente Administrativa e Financeira da Coderp, a proposta já tinha sendo estudada há algum tempo. Hoje as famílias que não possuem jazigo no cemitério enterram os parentes na vala comum. Com a medida, serão construídos jazigos iguais aos que são comercializados pelo cemitério, com capacidade para enterrar quatro pessoas em cada um.
Outra questão importante é que os jazigos sociais serão construídos junto com os jazigos comuns. “As pessoas não terão mais nenhum tipo de discriminação ao sepultarem seus familiares”, explicou Maria Lúcia Pandolfo.
Com a medida o cemitério Bom Pastor será um dos poucos cemitérios públicos do país a não ter mais a vala comum.
“O sepultamento de um ente querido é um momento de dor, quanto mais dignidade pudermos dar aos familiares nesta hora é fundamental. A medida também tem uma questão econômica importante”,
explicou o superintendente da Coderp, Marco Antonio dos Santos.
Sem custos extras – A implantação dos jazigos sociais não trará nenhum custo extra para as famílias que fizerem o sepultamento a partir de julho. Hoje o custo para o sepultamento em vala é de R$ 79,65 e continuará a ser o mesmo com os jazigos sociais. Também não haverá mudanças com relação a preservação das ossadas. Assim como acontece atualmente com os corpos sepultados na vala comum, depois de três anos os corpos serão exumados e as ossadas serão identificadas e colocadas no ossuário comum. Entretanto as famílias que quiserem podem comprar uma gaveta ossuária onde os restos mortais serão colocados, individualmente. A gaveta custa R$ 69,68.
Atualmente são enterrados em média 60 pessoas por mês na vala comum e 136 em jazigos. A previsão, segundo o engenheiro da Coderp, Celso Rímoli, é que as valas comuns deixem de existir no cemitério em 3 anos.
Além da questão social a adoção dos jazigos sociais permitirá triplicar a vida útil do Cemitério Bom Pastor. Pelo sistema atual a vida útil do cemitério é de 4 anos, com a mudança, o cemitério terá uma vida útil de 12 anos. Esta medida gera economia para o município, que não precisaria licenciar uma nova área já nos próximos anos.
Desde 1974 – Criado em julho de 1974 pela Prefeitura, o cemitério sempre foi administrado pela Coderp. Nestes 42 anos de funcionamento foram sepultadas 29.898 pessoas em valas comuns, até maio de 2016. Nos jazigos no mesmo período foram sepultadas 35.231 pessoas.