👇 Enquanto bairros como Campos Elísios viram lixão, Câmara e Prefeitura insistem em punir em vez de oferecer solução
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Em Ribeirão Preto, a lógica do poder público é clara: multar, não resolver. Enquanto moradores de bairros centrais como Campos Elísios convivem diariamente com descartes irregulares de entulho, móveis quebrados, restos de poda e lixo espalhado por dependentes químicos, a Câmara Municipal acaba de aprovar mais uma medida paliativa: câmeras de vigilância para flagrar quem joga lixo.
Mas cadê o serviço público eficaz de coleta especializada? Cadê a fiscalização preventiva e a logística de descarte? E, principalmente, por que a Prefeitura e a Câmara não criam um sistema regular, gratuito e acessível de recolhimento de resíduos volumosos?
📸 Câmeras não limpam — e ainda podem virar desculpa para inação
O Projeto de Lei nº 64/2025, de autoria do vereador Junin Dêdê (PL), foi aprovado por 19 votos na 74ª Sessão Ordinária. A proposta prevê a instalação de câmeras em pontos críticos de descarte irregular de lixo e furto de fios de semáforos.
As imagens poderão ser usadas como prova para multar — com valores que variam de R$ 3.702 (100 UFESP) a R$ 7.404 em caso de reincidência. Tudo muito bonito no papel. Mas:
- Quem já descarta lixo ilegalmente não teme multa — teme ser pego sem ter para onde levar o entulho.
- Câmeras não recolhem entulho acumulado há meses.
- Bairros periféricos, sem vigilância, continuarão esquecidos.
❓ Onde está a solução real?
Em vez de gastar recursos com equipamentos de monitoramento que não resolvem a raiz do problema, por que não:
✅ Criar pontos fixos de entrega voluntária de resíduos volumosos, com horários ampliados?
✅ Implementar um serviço municipal de coleta sob demanda, via app ou ligação gratuita?
✅ Promover campanhas educativas com fiscalização humanizada, aliada a apoio social para dependentes químicos que vasculham lixo?
✅ Exigir que construtoras e marceneiros contratem coleta licenciada — com rastreamento obrigatório?
A mentalidade punitiva só empurra o problema para debaixo do tapete — ou, no caso, debaixo dos sacos de lixo rasgados nas calçadas.
🏘️ Se até o Campos Elísios sofre, imagine a periferia
Se num dos bairros mais valorizados de Ribeirão Preto o cenário é de abandono e sujeira, o que dizer dos distritos e regiões periféricas, onde não há sequer rondas regulares da limpeza urbana? A instalação seletiva de câmeras pode até gerar alguns flagrantes midiáticos, mas não constrói cidadania nem limpa a cidade.
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Câmeras para multar descarte de lixo em Ribeirão Preto? Moradores cobram solução real, não punição. Entenda o que falta.
🇺🇸 English Summary (Journalistic Style):
Ribeirão Preto’s city council just approved surveillance cameras to catch illegal dumpers—but residents say the real issue isn’t enforcement, it’s the lack of a functional waste collection system. In upscale neighborhoods like Campos Elísios, streets are littered with construction debris, broken furniture, and scattered trash—often torn open by people struggling with addiction. Critics argue that fines and cameras won’t fix a broken public service. What’s needed? Accessible, free, and regular disposal options—plus compassion, not just punishment.
❤️ Conclusão: Limpeza urbana é direito, não favor
Uma cidade limpa não nasce de multas, mas de políticas públicas eficazes, acessíveis e humanas. Enquanto o poder público em Ribeirão Preto insistir em vigiar em vez de servir, o lixo continuará nas ruas — e a descrença, nos corações dos cidadãos.
Queremos menos câmeras apontando para o povo… e mais soluções vindo do poder público.
JORNALISTA AIELLO DRT 3895/SP
Em Ribeirão – mais de 10 anos tocando em feridas que são escondidas pela velha mídia.
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