Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
Nesta quinta-feira, 17 de outubro, a prefeitura de Ribeirão Preto inaugura o corredor de ônibus do quadrilátero central, o 11º de uma rede planejada para 56 quilômetros de extensão. Com um custo total de mais de R$ 20 milhões, a obra gerou controvérsias desde o início, impactando moradores e comerciantes locais. No entanto, o projeto original que prometia faixas exclusivas de ônibus foi flexibilizado, e muitos dos corredores agora são preferenciais, permitindo a circulação de outros veículos.
Resumo:
- O corredor do quadrilátero central será inaugurado hoje, com extensão de 7.350 metros e diversas melhorias de acessibilidade.
- Investimentos massivos em obras de mobilidade urbana totalizam milhões, mas as faixas exclusivas prometidas foram flexibilizadas para preferenciais em várias avenidas.
- A fiscalização das faixas começará em 1º de novembro.
Uma Rede de Corredores, Mas Com Resultados Duvidosos
O projeto Ribeirão Mobilidade, que visa transformar a rede de transporte coletivo urbano com 56 km de corredores de ônibus, enfrenta críticas pela implementação das faixas preferenciais. A promessa original de faixas exclusivas em vários trechos foi diluída, com a maioria dos corredores agora permitindo o tráfego de veículos convencionais, desde que respeitem a prioridade dos ônibus.
Essa mudança gerou questionamentos sobre a real utilidade das obras, especialmente considerando os recursos significativos já investidos. Por exemplo, o corredor das avenidas Presidente Castelo Branco/Treze de Maio, que custou mais de R$ 26 milhões, agora é preferencial, assim como outros corredores que já operam neste modelo desde agosto. Para muitos, isso representa um desperdício de dinheiro público, uma vez que os objetivos iniciais do projeto foram descaracterizados.
Flexibilização das Faixas e Fiscalização
A partir de 1º de novembro, as faixas preferenciais e exclusivas dos corredores passarão por fiscalização rigorosa. A RP Mobi informou que, nos corredores do Centro Histórico, as faixas serão exclusivas, mas nos demais trechos seguirão como preferenciais. A decisão de flexibilizar o uso das faixas surgiu após uma reavaliação técnica do projeto, alegando uma adequação necessária para a nova rede de transporte urbano.
Impacto no Comércio e Moradores
As obras no quadrilátero central geraram transtornos ao longo de meses, com interdições afetando o fluxo de pedestres e veículos. Muitos comerciantes reclamaram das quedas nas vendas devido às interdições constantes, enquanto moradores questionam a efetividade dos corredores na melhoria do transporte coletivo. A promessa de acabar com os alagamentos na região central é um dos poucos pontos que ainda traz esperança para os munícipes, com as obras na Avenida Nove de Julho previstas para terminar em abril de 2025.
“Grandes investimentos públicos exigem grandes resultados. Até o momento, os corredores de ônibus de Ribeirão Preto parecem estar entregando apenas promessas não cumpridas.”
— Jornalista Aiello