📉 Indústrias abandonam reciclagem por falta de incentivo. AEAARP busca soluções e lança capacitação para reciclagem de eletrônicos
🗞️ Por JORNALISTA AIELLO – Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas
A campanha “Civilidade nas Ruas”, referência em educação ambiental em Ribeirão Preto, anunciou a suspensão da coleta de blister, as cartelas vazias de comprimidos. O motivo: o abandono das indústrias recicladoras, que alegam estoques cheios e falta de incentivos para continuar o reaproveitamento. De 2022 a 2024, a ação recolheu mais de 9 toneladas desse material, dando destino nobre a algo que levaria até 600 anos para se decompor.
A cartela de blister, formada por plástico e alumínio, era enviada a empresas que produziam portas, batentes e até peças para decoração e construção civil. Com o encerramento do interesse industrial, cerca de uma tonelada do material está agora sem destino, em estoque, aguardando alternativa.
🔍 Logística reversa abandonada
O problema expõe o descaso das autoridades públicas: não há legislação clara nem incentivo fiscal que tornem viável a reciclagem do blister em larga escala. Como afirma o advogado tributarista Gilson J. Rasador, “é preciso consciência, políticas públicas e benefícios tributários para que a indústria absorva os resíduos recicláveis.”
📦 Pedido ignorado?
A AEAARP foi procurada recentemente por um grupo da capital paulista que queria enviar duas toneladas por mês de blister, mas foi obrigada a recusar. “Sem destino viável, não temos como receber mais”, lamenta o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da associação. A campanha vinha sendo impulsionada por diversos parceiros — Lions Clubes, OAB, USP, CDL e voluntários — mostrando que a sociedade faz a sua parte, mas falta o poder público fazer a dele.
📚 Ação continua com foco nos recicláveis valiosos
Mesmo com o fim da coleta de blister, a campanha continua ativa, reforçando a importância da reciclagem de materiais com maior valor de mercado, como:
- Alumínio (R$ 11/kg)
- Garrafas PET (até R$ 4/kg)
- Metal de latas (R$ 1/kg)
- Papel branco (R$ 0,45/kg)
Esses materiais sustentam centenas de famílias ligadas às cooperativas locais.
🛠️ Nova aposta: desmontagem de celulares
Como resposta à crise e à ausência de soluções públicas, a AEAARP anuncia um minicurso gratuito de capacitação para desmontagem e reciclagem de celulares. A iniciativa visa qualificar trabalhadores para reaproveitamento e venda de peças valiosas como ouro, prata, cobre, paládio e estanho, além de ensinar o descarte seguro de baterias de lítio — altamente inflamáveis.
📣 “Queremos transformar um desafio em oportunidade. Celulares descartados ainda funcionam ou valem em peças, mas precisam ser desmontados com técnica e segurança”, destaca Junqueira.
⚠️ Enquanto o governo não age, a responsabilidade recai sobre a sociedade. É hora de deputados e senadores saírem da inércia e criarem regras claras para a logística reversa de medicamentos e eletrônicos.
💬 Reciclar é um ato de cidadania. Quando o Estado se omite, cabe à população pressionar, exigir e agir.
✝️ “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” (Gálatas 6:9)
🔚 JORNALISTA AIELLO
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