Câmara de Ribeirão Preto ignora a crise e prepara mais um gasto milionário para conforto próprio

Enquanto a população enfrenta filas intermináveis nas UPAs, hospitais e postos de saúde, os vereadores de Ribeirão Preto mostram, mais uma vez, que vivem numa bolha de privilégios e desconexão com a realidade.

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Enquanto a população enfrenta filas intermináveis nas UPAs, hospitais e postos de saúde, os vereadores de Ribeirão Preto mostram, mais uma vez, que vivem numa bolha de privilégios e desconexão com a realidade. Nesta terça-feira (29), será publicado no Diário Oficial o edital para a licitação de uma obra que custará nada menos que R$ 6,5 milhões — dinheiro dos nossos impostos — para reformar o plenário, o salão nobre, a parte elétrica e o telhado da Câmara Municipal.

Isso mesmo: 6,5 milhões de reais para deixar ainda mais confortável o lugar onde eles, que deveriam lutar pelo povo, parecem cada vez mais apenas desfrutar de suas mordomias.

Um ciclo de gastos sem fim

É bom lembrar: em 2016, a Câmara já havia se esbaldado em expansão. Apenas nove anos depois, lá estão eles outra vez torrando milhões. Parece que, para quem vive com salários gordos pagos pelo povo, dinheiro público é brinquedo.

A desculpa agora é “adequar o prédio às exigências do Corpo de Bombeiros” para obter o AVCB (Auto de Vistoria). Mas não se engane: a lista de melhorias vai muito além de segurança. Querem trocar pisos, instalar telões de LED, ampliar área de parlamentares, criar nova saída de emergência “para visitantes” e até uma copa de apoio para seus cafezinhos exclusivos.

Modernização? Sustentabilidade? Parece mais um novo capítulo da velha história: gastar muito para atender poucos.

População sofrendo, vereadores gastando

Em uma cidade onde idosos esperam anos por consultas médicas, mães ficam horas nas filas de UPAs com filhos no colo e trabalhadores perdem o dia esperando atendimento em postinhos de saúde sucateados, como os vereadores têm coragem de gastar milhões em luxo para si mesmos?

Onde está a vergonha? Onde está a responsabilidade? Como podem olhar no rosto da população que os elegeu e ainda planejar essa afronta?

Enquanto isso, escolas públicas precisam de reformas urgentes, bairros periféricos sofrem com buracos e falta de infraestrutura básica, e projetos sociais são esquecidos pela Prefeitura.

A maquiagem do discurso

O presidente da Câmara, Isaac Antunes (PL), ainda tenta vender a ideia de que o investimento é “voltado para a população”. Mais um insulto à inteligência do povo. Querem nos fazer crer que telão de LED, copa de apoio e cadeiras novas para vereadores são, de fato, prioridades do cidadão comum? Ora, respeitem Ribeirão Preto!

A história ensina, mas eles ignoram

Desde 1874, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto acompanhou o crescimento da cidade. Em seus primeiros anos, os vereadores sequer tinham sede própria: se reuniam nas suas casas ou em imóveis alugados, com simplicidade e senso de dever público.

Hoje, passados quase 150 anos, o que vemos é o contrário: mais palácios para políticos, menos respeito para com o povo.

A sede atual, inaugurada em 1991, já deveria ser suficiente. Se não é, que vergonha para quem administra!

Conclusão:
Enquanto o trabalhador aperta o cinto para sobreviver, nossos representantes continuam alargando o próprio conforto — e usando o nosso dinheiro. Que a população de Ribeirão Preto abra os olhos antes que seja tarde demais.

Frase de impacto final:
“Quem deveria proteger o povo, escolheu proteger os próprios privilégios.”

Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas. — JORNALISTA AIELLO