Governo Lula registra déficit de R$ 43 bilhões em 2024 e pressiona juros para cima

As contas do governo fecharam com um déficit primário de R$ 43 bilhões em 2024, conforme dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira (30).

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As contas do governo fecharam com um déficit primário de R$ 43 bilhões em 2024, conforme dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira (30). O valor representa 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB) e reflete a dificuldade da gestão petista em equilibrar receitas e despesas. O déficit primário ocorre quando a arrecadação com impostos é inferior aos gastos do governo, sem contar os juros da dívida pública.

Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.

Comparado a 2023, quando o rombo foi de R$ 228,5 bilhões, a situação parece ter melhorado. No entanto, dúvidas lançadas por diretores do IBGE sobre possíveis manipulações nos dados econômicos do país deixam os números sob suspeita. O real déficit pode ser ainda maior.

Cortes atingem áreas essenciais

Na tentativa de tapar o rombo, o governo bloqueou bilhões de reais em diversas áreas. Entre os setores mais afetados estão:

  • Saúde: R$ 4,388 bilhões bloqueados;
  • Educação: R$ 3,041 bilhões bloqueados;
  • Cidades: R$ 2,471 bilhões bloqueados.

O plano inicial era zerar o déficit até o fim de 2024, mas as regras do arcabouço fiscal permitem um rombo de até 0,25% do PIB (R$ 28,8 bilhões) sem que a meta seja oficialmente descumprida.

Dívida dispara e preocupa mercado

Apesar da redução do déficit em relação ao ano anterior, economistas seguem céticos sobre a situação fiscal do Brasil. As incertezas sobre a capacidade do governo de conter o endividamento pesam sobre os juros e a inflação.

O Banco Central estima que, para estabilizar a dívida, o Brasil precisaria atingir um superávit primário de pelo menos 2,5% a 3% do PIB, algo que parece distante diante do crescimento das despesas. O aumento do gasto público também pressiona os juros para cima, encarecendo ainda mais a dívida do país.

Em novembro de 2024, a dívida do setor público consolidado chegou a 77,7% do PIB, equivalente a R$ 9,1 trilhões. Desde o início do governo Lula, a dívida subiu seis pontos percentuais e segue em escalada. Segundo previsões do mercado, a tendência é de que essa dívida chegue a 93% do PIB em 2032.

Se considerada a métrica do Fundo Monetário Internacional (FMI), que inclui títulos do Tesouro na carteira do Banco Central, a dívida brasileira já atingiu 90,3% do PIB.

Governo tenta frear crise com cortes e manobras

Diante desse cenário, o governo Lula aprovou um pacote de cortes no final de 2023, incluindo:

  • Redução no ritmo de aumento do salário mínimo;
  • Manutenção da Desvinculação das Receitas da União (DRU);
  • Mudanças no acesso ao abono salarial.

Mesmo assim, especialistas apontam que essas medidas são insuficientes para conter o crescimento da dívida. O mercado segue desconfiado e prevê dificuldades ainda maiores nos próximos anos. O preço da irresponsabilidade fiscal é pago com mais juros, menos investimentos e um custo de vida cada vez mais alto para os brasileiros.