BIG TECHS IGNORAM AUDIÊNCIA DO GOVERNO LULA: DESPREZO OU ESTRATÉGIA?

EMPRESAS NÃO COMPARECEM A DEBATE SOBRE MODERAÇÃO DE REDES SOCIAIS

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EMPRESAS NÃO COMPARECEM A DEBATE SOBRE MODERAÇÃO DE REDES SOCIAIS

A ausência das gigantes da tecnologia em uma audiência pública promovida pelo governo Lula (PT) para discutir a regulação e políticas de moderação das redes sociais gerou críticas e reforçou o questionamento sobre a real disposição dessas empresas em dialogar com o Estado brasileiro.

UMA RECUSA ESTRATÉGICA?

A ausência de representantes de plataformas como Google, Meta, TikTok e X (ex-Twitter) na reunião, convocada pela Advocacia-Geral da União (AGU), foi interpretada por alguns como um desprezo ao debate democrático. Apesar disso, o advogado-geral da União, Jorge Messias, manteve uma postura conciliadora:

“As plataformas foram convidadas e preferiram não participar. É uma opção que respeitamos. O diálogo permanece aberto.”

Messias destacou que o material levantado na audiência será utilizado como subsídio para discussões no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional, reafirmando a importância do tema para a segurança digital e proteção dos direitos fundamentais.

CRÍTICAS ÀS PLATAFORMAS

O governo federal, representado pela AGU, já havia demonstrado insatisfação com as políticas de moderação da Meta, considerando-as insuficientes e incompatíveis com a legislação brasileira. A Meta, por sua vez, enfrenta acusações de permitir conteúdos racistas em manuais internos e de eliminar programas de checagem em algumas regiões, o que ampliou a preocupação com desinformação e discursos de ódio.

Macaé Santos, ministra dos Direitos Humanos, destacou:
“Nos preocupa sobremaneira a expansão do racismo, misoginia e preconceitos que afetam milhões de brasileiros.”

O QUE ESTÁ EM JOGO

A audiência teve como pano de fundo o julgamento do STF sobre a responsabilidade das plataformas pelo conteúdo gerado por terceiros. Enquanto o governo busca mais regulação, as empresas parecem temer um endurecimento de regras que afetem seus modelos de negócios.

A postura das big techs também pode ser influenciada pelo cenário global, especialmente após a volta de Donald Trump à presidência dos EUA, o que promete redirecionar políticas de liberdade de expressão e controle de conteúdo.

UM FUTURO DIGITAL INCERTO

A ausência das plataformas na audiência pública é um sinal preocupante de falta de comprometimento com um debate essencial para o futuro digital do Brasil. Milhões de brasileiros dependem dessas ferramentas não apenas para socialização, mas também para empreender e consumir informação.

Ignorar o diálogo com o governo é um precedente perigoso que pode aprofundar a desconfiança entre Estado e empresas privadas. Mais do que nunca, é essencial que ambas as partes se sentem à mesa para discutir soluções que respeitem os direitos humanos, combatam a desinformação e preservem a democracia.

JORNALISTA AIELLO
Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.