ALUGUEL SOBE 16,71% EM 2024: RIBEIRÃO PRETO TEM UMA DAS MAIORES ALTAS DO PAÍS

Preço médio da locação avança acima da inflação e impacta o custo de vida na cidade.

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Preço médio da locação avança acima da inflação e impacta o custo de vida na cidade.

O mercado de locação residencial em 2024 apresentou um aumento expressivo em Ribeirão Preto, com alta de 16,71%, superando a média nacional de 13,5%, conforme o Índice FipeZap. A variação coloca a cidade entre as seis maiores altas do Brasil, atrás de Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%), Campinas (19,32%) e Joinville (17,94%).

IMPACTO NA INFLAÇÃO
O aumento em Ribeirão Preto é mais que o triplo da inflação oficial de 4,83%, medida pelo IPCA do IBGE, e ultrapassa o índice “inflação do aluguel” (IGP-M), que foi de 6,54% no mesmo período. O preço médio do metro quadrado na cidade encerrou dezembro de 2024 em R$ 27,98, um acréscimo de R$ 4,16 em relação ao ano anterior.

Apesar da alta significativa, Ribeirão Preto ainda possui um dos aluguéis mais baratos entre as 36 cidades analisadas, com o valor do metro quadrado 41,85% abaixo da média nacional de R$ 48,12.

MERCADO NACIONAL EM FOCO
A pesquisa, realizada pela plataforma Zap em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), destaca que, em 2024, o aluguel subiu mais que o preço médio de venda de imóveis residenciais, que teve expansão de 7,73%. Barueri (SP) lidera o ranking do metro quadrado mais caro, com R$ 65,41, seguida por São Paulo (R$ 57,59) e Florianópolis (R$ 54,97).

IMÓVEIS DE UM QUARTO EM ALTA
Os imóveis de um quarto tiveram a maior alta no aluguel em 2024, com incremento de 15,18%, superando os de dois quartos (12,71%), três quartos (12,52%) e quatro ou mais dormitórios (14,17%). O preço médio do metro quadrado de imóveis de um quarto alcançou R$ 63,15, enquanto os de dois quartos ficaram em R$ 44,84.

O QUE EXPLICA A ALTA?
Especialistas apontam que o crescimento do mercado de locação foi impulsionado pela melhora no emprego, que atingiu recordes históricos em 2024. Segundo a economista Paula Reis, do DataZap, “o setor foi favorecido pelo contexto macroeconômico e pela recomposição de preços suspensos durante a pandemia.”

REALIDADE LOCAL E DESAFIOS
Embora Ribeirão Preto mantenha valores relativamente baixos no comparativo nacional, o impacto da alta nos aluguéis tem sido sentido pelas famílias, especialmente em um cenário onde o salário não acompanha a inflação. Com o aumento da demanda por moradia e a oferta limitada, o custo de vida na cidade segue pressionado.

A pesquisa reforça que o índice FipeZap reflete preços de anúncios para novos contratos, sem incorporar reajustes de aluguéis vigentes. Assim, capta de forma mais dinâmica as tendências do mercado.

Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.